O RACISMO NA EJA UM DESAFIO
O DIREITO A EDUCAÇÃO
Esse tema vem para uma discussão
com foco na formação dos novos professores da educação básica, formados no
curso de Pedagogia, alertando para que tenha em seus currículos, o debate sobre
a questão racial que envolve a EJA, viabilizando futuras práticas que valorizam
e considerem os saberes, culturas e a própria história dos sujeitos negros.
No universo da pedagogia diversos
autores relatam tal assunto que enfatiza a forte presença de pessoas negras na EJA,
com histórias de vida e trajetória atravessadas, entre outros aspectos pela
desigualdade de acesso e permanência nas escolas. Quanto a essa questão Gomes Arroyo (2007) afirma:
“a educação na EJA é menos consensual que
Na educação da infância e da
adolescência
Sendo os jovens e adultos
trabalhadores,
Pobres e negros subempregados, oprimidos.
e excluídos”
Dentro dessa perspectiva espera
que o professor compreenda as razões pela qual a maior parte das turmas da EJA,
é formada por negros onde os indicadores socioeconômicos e educacionais fala
das diferenças dos negros e não negros na sociedade brasileira. Na leitura de
Arroyio diz que no contexto da ideologia da democracia racial, o sistema
escolar público promove uma inclusão excludente ou uma integração seletiva, promovendo
um vício muito eficaz para os propósitos excludentes para qual foi estruturado.
A questão é repensar na formação
inicial com questões étnicas raciais presente ou ausente nos currículos de pedagogia.
O que nos exemplifica que o sistema de impedimentos a educação eram formais e
legalmente instituídos no final do século XIX para o início do século XX que registrou quem
poderia ou não ter direito a educação,onde a elite criou
um projeto de nação que expressa nas desigualdades estruturais de
raça,gênero e pobreza.Um exemplo drástico desse mecanismo foi a Lei 1/Jan/1837
em que o presidente da província que estabelecia no Rio de Janeiro,decidiu quem
podia ir a escola; o artigo 3 dessa lei diz: são proibidos de ir a escola 1-Todas as pessoas que padessem de doença contagiosa 2-Os escravos
e pretos africanos,ainda que sejam livres ou libertos
São efeitos que se entende ate os
dias de hoje onde encontramos um contingente de pessoas e negros analfabetos e
não escolarizados.
A Constituição Federal de 1988 da
o direito a construção do EJA, em seu artigo 208 diz: “É dever de o Estado garantir a educação do ensino fundamental, obrigatório
e gratuito para todos que a ele não tiverem acesso na idade própria”.
Mais tarde surge a LDB 9394/96, em
seu artigo 37.
“A EJA será destinada aqueles que não tiveram acesso ou oportunidade
de estudo no ensino fundamental e médio na idade própria”
Para confirma o documento do
CNE/CEB 11/2000 “Estabelece que todas
as instituições próprias e integradas da organização de educação nacional nos
diversos sistemas de ensino são obrigatórias à oferta dessa modalidade de
ensino (EJA) e nos currículos de ensino fundamental e médio ofertem a EJA”.
Acredita se que todos os meios
para uma boa educação esta elaborada pelas Leis que incentiva o retorno a
educação aqueles que não tiveram acesso e quais seriam os motivos que levam
esses sujeitos não permanecem na escola?
Acreditamos que tal razão se
refere à infância e adolescência onde o acesso precoce ao trabalho, a
dificuldade de aprendizagem considerando um currículo que não aborda diferentes
culturas e conhecimentos as práticas pedagógicas excludentes, e sucessivas
reprovações e etc... Esse estudo sobre esse histórico racial na EJA é para que
o futuro professor da educação básica
formados nos curso de pedagogia é que
poderá atuar nas turmas da EJA ,conhecendo essas práticas para que não
se repita e seja mais uma vez
excludentes.
Para Sacristan, o currículo deve ser:
”uma construção cultural para
organizar uma série de práticas educativas, sendo um projeto de plano
educativos composto de diferentes aspectos experiências e conteúdos”.
Corenzo, Janaina, propõem como currículo; ”projeto seletivo de cultura,
cultural, social, político, administrativamente condicionado que preenche a
atividade escolar e que torne realidade dentro das condições da escola, tal
como se acha configurada.”.
Um curso de pedagogia em que seu
currículo seja estruturado para a EJA, os profissionais teram arcabouço teórico
e prático viabilizando a aquisição da leitura e da escrita de forma ampla
crítica e adequada à interpretação e a invasão social. Desconstruindo a
realidade das salas da EJA,onde é marcada por exclusão dos sujeitos e as
práticas pedagógicas desconsiderem o contexto histórico educacional brasileiros da população negra.
Essa nova formação de
profissionais pedagogo, aonde os centros de formação venham a incorporar nos
currículos de pedagogia e licenciatura o conhecimento de nossa realidade multirracial,
que ainda é marcada pela exclusão dos sujeitos devido às práticas pedagógicas não
inerentes que desconsidera a história negra, espera se do novo professor que
esteja bem preparado teoricamente, conhecendo a história dos sujeitos negros,pelo
qual processo de exclusão foi passado e ainda passa,valorizando os saberes, culturas
e histórias que os formam.
Por: Quebki,Queiroz claudemir 16/11/2017