A
Música como Ação Pedagógica no Ensino Fundamental e Médio:
Alfabetização
Este artigo tem por objetivo apresentar o grupo musical formado por
alunos, adolescentes, senhoras e senhores que residem na área adjacente a
Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio Hilda Vieira, localizado a
travessa Marapanim, s/n no bairro da Marambaia, telefone 091-32318288, que tem
na direção a professora ALINE VALENTE DOS SANTOS. É uma escola de grande porte,
que funciona nos três turnos: matutino, vespertino e noturno; e tem o projeto
de aceleração que atende os alunos com defasagem de idade (EJA) Educação de
Jovens e Adultos. No fim do ano de 2012, a escola Hilda Vieira recebeu o
projeto Quebkimusic, que propõem uma ação pedagógica através da música em
seus diversos gêneros, trabalhando com os professores da escola
interdiciplinarmente e multidiciplinarmente, envolvendo os alunos da 1º série a
ultima série do ensino fundamental I e II. Juntamente com os Institutos
Federais do Pará, que tem vários projetos entre eles o (PIBID), Programa
Institucional Bolsa Iniciação Docência. Que juntos será de grande valia a
educação do ensino fundamental I que implantará na escola Hilda Vieira uma
brinquedoteca através de seu bolsista sobre a coordenação da professora
Celiamar Simões, responsável pelo subprojeto: Produção de Material Didático
Pedagógico, através de material alternativo. É um trabalho de ação pedagógica
que envolve situações de ensino-aprendizagem, valores, comportamento, crenças,
tradições culturais e sociais e ações ou atividades, ou atos pedagógicos que
alunos, professores estagiários, monitores, funcionários e famílias que
contribuíram nesse processo de ensino aprendizagem.
Palavras Chave: Música. Ação
Pedagógica. Alfabetização.
INTRODUÇÃO
A arte de
manifestar em diversos sons e afetos de nossa alma, vislumbrando os sentimentos
e resgatando valores inerentes à característica humana de fazer o bem e
promover o bem-estar, auto-estima e o processo de auto-aprendizado.
1)
Música
É uma
linguagem que comunica sensações e sentidos que passa por organização de som e silêncio.
Está presente nas mais diversas situações, afetividade, cognição e a estética
que são partes integrantes dela.
A música é a linguagem que se traduz em
Formas sonoras capazes de expressar e
Comunicar sensações, por meio da organização
E relacionamento expressivo entre o som e o
Silêncio. Ela esta presente em todas as culturas
Nas mais diversas situações: festas e comemorações
Rituais religiosos, manifestações cívicas, políticas, etc.
Faz parte da educação desde há muito tempo, sendo
Que, já na Grécia antiga era considerada como
Fundamental para a formação dos futuros cidadãos
Ao lado da matemática e da filosofia.
(Brasil, 1998.p.45).
O presente artigo tem por finalidade investigar se a música
pode ser um instrumento de auxilio na ação pedagógica no ensino fundamental e
médio. A música é uma ferramenta que contribui para a formação integral do ser humano.
Por meio dela o educando entra em
contato com o mundo letrado e
lúdico.Ensinar utilizando a música,ajuda
o aluno a valorizar uma peça
musical,teatral,concertos,pois dando a oportunidade do conhecimento dos vários
gêneros musicais que da a oportunidade de construir sua
autonomia,criatividade,aquisição de novos conhecimentos e criticidade.
O aluno do ensino fundamental e médio, não é um ser estático, ele
interage o tempo todo, com o meio. A música tem esse caráter de provocar esta
interação, pois, ela traz em si ideologias, emoções, histórias que muitas vezes
se identificam com as de quem as ouvem.
Percebe-se que
em todo o ensino há necessidade de uma mudança, em relação à utilização da música
na educação do ensino fundamental e médio, ela tem sido usada para fins de higiene,
hora do lanche, comemorações cívicas em outras situações nem aparece no
planejamento como ela deveria ser explorada. Não só na escola Hilda Vieira, mas
nos demais instituto de ensino seja particular ou público estadual ou
municipal.A maioria dos educadores não utiliza a música por não possuir a
formação em música.Com tudo é preciso salientar que a música no Ensino Fundamental
e Médio, significa trabalho com a linguagem musical, exploração dos
sons,resgate cultural,repertório musical de vários gêneros.Conhecimentos esses
que não necessitando formação específica (musical) do educador.
Esse projeto Quebkimusic na escola Hilda Vieira, não visa à formação
profissional de educadores e educandos na área musical, e sim, dar lhes através
da vivência e compreensão da linguagem musical e oportunizar e propiciar a
abertura de canais sensoriais facilitando a expressão de emoções, ampliando a
cultura geral e contribuindo para a formação integral do ser aumentando seus
conhecimentos e aprendendo a linguagem e a execução de alguns instrumentos
musicais tipo: metais, cordas, sopros e percussão.
Essa pesquisa é exploratória. Os procedimentos utilizados além da
pesquisa bibliográfica, foram análise qualitativa dos questionários aplicados
com professores de artes, matemática, língua portuguesa e história da educação
fundamental e entrevista semi estruturada com os professores de música e monitores
de instrumentos musicais.Os resultados foram analisados e categorizados a
partir das características da ação pedagógica apontadas por SACRISTAN
(1999),contemplando os momentos de interação em sala aula denominados como:
pré-ativa(planejamento),e pós-ativa(avaliação).Os resultados revelam que a ação
pedagógica musical dos professores e monitores de música possuía a
intencionalidade e a finalidade em aspecto musical, enfatizando a influencia da
formação em educação musical, mas pude perceber que, na construção do
conhecimento sobre o desenvolvimento infantil e sobre o desenvolvimento musical
infantil, foi sendo construído na prática e vivência, com experimentação em
sala de aula.A linguagem usada além da música e a forma lúdica que se difere de acordo com a faixa de idade do
aluno, sendo possível perceber suas habilidades e dificuldades a partir do seu
cotidiano nas suas ações.
A música esta presente na vida do ser desde os tempos mais remotos nas
festas e rituais de todos os tipos como: nascimento, mortes, casamentos,
recuperação de doenças, fertilidades, momentos de louvor a lideres e em
procissões e outros. Podemos salientar o aparecimento da música mesmo antes da
formação do homem, pois nos relatos bíblicos encontramos a presença da música
sendo realizada por anjos que segundo o livro de apocalipse fazem isto
incessantemente diante do trono onde esta sentado O Deus Todo-Poderoso (AP 07,11-12).
Psicólogos, terapeutas ocupacionais, cardiologistas, além de
profissionais da educação e o próprio governo Federal já entendeu que a música
é um instrumento que deve ser utilizado em tratamento terapêutico e educacionais,
por isso foi criado a Lei no. 11.769, sancionada em 18 de agosto de
2008, que determina que a música deva ser conteúdo obrigatório em toda a
educação básica.
“O objetivo dessa lei não é formar músico profissionais e sim desenvolver
a criatividade, sensibilidade e a integração dos alunos”, diz a professora
Clélia Craveiro, conselheira da Câmera de Educação Básica do (CNE) Currículo
Nacional Educação, ele explica que a música não deve ser necessariamente uma
disciplina exclusiva, ela pode integrar o ensino de arte. Antigamente era uma
disciplina, hoje não, ela é apenas uma das linguagens da disciplina chamada
artes, que pode englobar ainda artes plásticas e cênicas.A idéia é trabalhar
com uma equipe multidisciplinar e nela ter entre os profissionais o professor
de música.Cada escola tem autonomia para decidir como incluir esse conteúdo de
acordo com seu projeto político pedagógico.Apesar de ser uma boa iniciativa, o
trabalho com equipes multidisciplinares
para o ensino de música ,não tem acontecido de forma satisfatória nas
instituições de ensino.Pois trabalhar de forma interdisciplinar ou
multidisciplinar em escolas de educação
básica é uma tarefa complicada.
A lei no. 11769 tornou o ensino de música obrigatório na
escola do ensino fundamental, mas não se especifica quais séries devem ter música
incluída em sua grade curricular. Segundo o presidente Nacional da Associação
Brasileira de Educação Musical (ABEM),Magali Kleber,cada secretária esta
preenchendo esta lacuna do seu jeito.Isso revela uma riqueza de que como é
possível ter vários projetos pedagógicos para o ensino de música, assim a
Escola Hilda Vieira aceitou o projeto musical Quebkimusic, que contribui para a
formação integral do
indivíduo,reverenciando os valores culturais,difundindo o senso
estético,promovendo a sociabilidade e a expressividade que introduz o sentido
de parceria e cooperação e auxiliando no
o desenvolvimento motor, trabalhando com a sincronia de movimentos.O
trabalho da música desenvolve as habilidades físico-cinestesica, espacial,
lógico-matemático, verbal e musical.Ao entrar em contato com a música,zonas
importantes do corpo físico e psíquico
são acionados: os sentidos,as emoções e a própria mente. Por meio da música a
criança e o adolescente ou o próprio adulto expressa emoções que não consegue
expressar com palavras.
O contato com os sons começa antes mesmo do nascimento, desde o momento
da concepção, ela já é exposta aos sons intra uterinos, a voz materna também
constitui material sonoro especial e referencial afetivo para a criança, daí a
certeza de que a música esta presente antes do nascimento até a hora da morte
do ser humano.
Os bebês, as crianças, adolescentes e os adultos interagem
permanentemente com o ambiente sonoro que o envolve a música, já que ouvir, cantar
e dançar é atividades presentes na vida de quase todos os seres humanos, ainda
que de diferentes maneiras. Apresentar e dar oportunidade aos educandos do
ensino fundamental e médio de conhecer e produzir vários ritmos e gêneros
musicais trará a possibilidade de tornar-se um cidadão crítico capaz de
comunicar-se por meio da adversidade musical.
Através das letras e lúdico, novos conhecimentos, concentração, autonomia,
criticidade, ativará o cérebro, a sensibilidade, o raciocínio, expressão
corporal. Quando questionado sobre a música como instrumento pedagógico os
professores acham importantes por construir nas disciplinas curriculares: linguagens
orais, escritas, matemática, natureza e sociedade, artes, educação física, o
brincar e ainda estreita laço de amizades.
Em relação às atividades com a música pode ser explorado: a linguagem do
conceito de som e silêncio, brincadeiras estatuas, com produção de vários sons
com o corpo, arrastando pés, batendo mãos nas diferentes partes do corpo,
estimulando o desenvolvimento da linguagem falada por meio de canções que
utilizam a linguagem gestual incentivando a criatividade, concentração e
memória pela imitação de sons, criados pelos colegas, a utilização de
brinquedos de diferentes texturas, formas e tamanhos que produzem som estímulos
auditivos visuais e motores por meio de canções interpretadas com gestos,
movimentos rítmicos, trabalho de percepção de pulsação com movimentos corporais
com braços, mãos pernas, cabeça e tronco.
“Quando trabalha a música com criança de cinco e seis anos
É importante lembrar que as estratégias adequadas
Não seja somente fazer com que ela escute música
Clássica ou tenha qual quer habilidade motora em
Executar
técnica em algum instrumentos, mas sim
Estabelecer a relação de diversos sons e a qualidade
“De
ser agradáveis ou desagradáveis”
(MARCISO 1982, p.77)
A apreciação e interpretação musicam utilizando diferentes estilos musicais
demonstram que as crianças podem aprender, a ouvir e comunicar seus sentimentos
(alegria, tristezas, tensão, amor, amizade, respeito, carinhos e outros...), afinal
a musica alimenta a alma e eleva o espírito. A presença do educador musical nas
instituições de ensino fundamental e médio, apesar de agora ser uma lei que
todos deveram ter um educador musical, impulsionará as transformações sociais e
culturais, que ajudaram na qualidade educacional das crianças e adolescentes. Alguns
estudos sobre a música como ação pedagógica de :Diniz (2005), Soler (2006),Tiago
(2007), Beumont (2008), apontam para contribuição do professor de música nessas
instituições de ensino fundamental.
2) AÇÃO PEDAGÓGICA
O trabalho docente que envolve situações de ensino e aprendizagem,
valores, comportamentos, crenças, tradições culturais e sociais e ações
pedagógicas. Diz Azevedo (2007): “Esse conjunto de ações ou atividades ou atos
pedagógicos que o professor realiza no processo de ensino e aprendizagem
constitui uma ação pedagógica”. Sacristã (1999) caracteriza a ação pedagógica
sob duas perspectivas: como parte integrante da prática educativa e como
atributo da condição humana. Para ele a prática educativa é entendida como um
sinal cultural parte de uma cultura educativa e é expressa em diferentes
ambientes.
Nesse contexto os agentes educativos (professores, alunos, especialistas
e políticos) por meio de suas ações estruturam a prática educativa, como
transformadores da cultura e os transformadores de uma cultura educativa, a
prática educativa pode ser entendida como praxi, que envolve a dialética entre
o conhecimento e a ação com o objetivo de atingir um fim, buscando assim a
transformação do mundo pela possibilidade de mudar os outros. Como
transformados a prática educativa e considerada um conjunto de ações
compartilhadas resultante da consolidação de padrões de ações perpassadas pela
tradição.
Assim a ação refere-se aos sujeitos embora por extensão, possamos falar
de ações coletivas a prática e a cultura acumulada sobre ações das quais se
nutre. Diz Sacristã 1999, p.33, agimos a partir das ações, porque a fazemos a agimos
a partir das ações por que fazemos a partir da cultura. Duas culturas:
transformar e ser transformado,fazem com que as ações pedagógicas dos agentes
educativos sejam unidades de análise da
prática educativa, ajudando assim a caracterizar e a compreender a atividade de ensino com o foco
no sujeito que age. Esse olhar para o sujeito contempla suas experiências, crenças,
motivações, contextos de atuação e atuação docente direcionada ao educar.
Nessa dinâmica as dimensões pessoal e social da ação pedagógica se
complementam e enfatizam a interação inerente a ação educativa. Essa
interatividade transcendente o contexto
da sala de aula,pois os elementos organizacionais e outros,presentes na
educação,condicionam também a ação pedagógica e, não podem ser analisadas de
forma acética sem considerar os fatores externos que influenciam e interferem
na subjetividade do docente ,com conseqüências na forma como ele se expressa e
age.
A dinâmica pessoal e social-interativa, compartilhada e conjunta de ação
pedagógica faz com que ela seja uma experiência processual, ao mesmo tempo
aberta, incerta, imprevisível e criadora, pois, nunca pode ser totalmente
determinadas. O agir docente carrega consigo esses significados sociais e
pessoais que se tornam concretos em formas de intenções fins, motivos,
vontades, crenças e interesses pessoais e coletivos. Essa ação do professor em
sala de aula são definidas por Guathier et.al(2006), como pré ativo,faze de
planejamento de ação;interativo faze de tomadas de decisão interativa e pós ativo faze final de avaliação. A
defasagem de conteúdos e a reprovação não são elementos isolados, um é a
conseqüência do outro e, configura o ponto nevrálgico da escola. A
implementação de ações que busca superação das desigualdades e a equidade
pedagógica permite que o processo de aprendizagem dos alunos se desenvolva sem
sofrimentos para eles, essas ações são chamados de ações pedagógicas. Uma ação
pedagógica de máxima importância na vida
dos educadores para que haja um resultado satisfatório no seu todo numa escola
é a formação continuada,que é um investimento de responsabilidade direta do
sistema estadual de ensino e indiretamente do
estabelecimento de ensino e do próprio profissional,conforme a LDB(Leis
de Diretrizes Básica),da educação.Lei 9394, art.67.
“O sistema de ensino promoverão a valorização dos profissionais da
educação, assegurando lhes inclusive, nos termos dos estatutos e dos planos de
carreira de magistério público (...), aperfeiçoamento profissional continuado, inclusive
com licenciamento remunerado para esse fim (...) e outros. Acredito que essa é
uma das ações pedagógicas mais importantes, pois, teremos educadores
habilitados e capazes de exercer sua função e fortificar e implementar ações
pedagógicas no convívio de uma escola em seu dia a dia. Com atividades
diversificadas relacionada aos conteúdos organizados pelo educador e que serão desenvolvido
pelos educando o que resultara em resultados positivos e, esses procedimentos
estarão explicito no regulamento da escola. O Currículo escolar.
O currículo escolar é a espinha dorsal de todo processo educativo, dando
ao professor a diretriz para o planejamento do processo pedagógico curricular e
os conteúdos que deveram ser trabalhados em cada série em cada disciplina. Como
mencionado no início deste artigo às ações pedagógicas são responsáveis também
pelas ações administrativas, projeto que iram somar para um bom desenvolvimento
da escola, da comunidade local e da família. As ações pedagógicas numa
perspectiva escolar é uma questão de direitos humanos e, os indivíduos com
deficiência devem fazer parte das ações pedagógicas na escola, as quais devem
ser modificadas para a inclusão desses especiais.
A política de inclusão transmitida pela Declaração de Salamanca (Espanha
1994) relata que a política de inclusão dos alunos na rede regular de ensino
que apresentam necessidades especiais, as ações pedagógicas devem atentar para
o propósito de rever concepções e paradigmas respeitando e valorizando a
diversidade desses alunos. Assim a inclusão vai significar que não é o aluno
que se molda ou se adapta a escola, mas a escola consciente de sua função
coloca-se a disposição do aluno.
Vigotsky (1998, p.76) afirma: “A separação dos aspectos intelectuais dos
afetivos é um dos defeitos da psicologia tradicional”, sendo assim a música
como ação pedagógica tem e irá contribuir muito com aprendizagem, favorecendo o
desenvolvimento cognitivo lingüístico, psicomotor e sócio afetivo do educando,
sendo especial ou não e na ação musical se induz no comportamento motor e gestual,
que direciona as atividades lúdicas de alfabetização, escrita, leitura e que
facilita a compreensão e associação dos códigos e signos lingüísticos, gerando
a construção do saber.
O processo de alfabetização é uma das fases mais bonitas do aprendizado,
pois é o primeiro passo para o conhecimento de si e da sociedade em que
vive,conquistando assim seu espaço na mesma. A alfabetização permite que o
aluno aprenda a ler realizar cálculos e muitas outras atividades que são
essenciais na vida em sociedade. Mais alguns métodos ainda utilizados estão
ultrapassados e não mais despertam nos alunos a magia, o prazer e o
encantamento pelo que ainda não foi descoberto e,a música pode contribuir para
tornar esses ambientes mais alegres e favoráveis a aprendizagem afinal como
Snyder (1994.p,14)destaca propiciar uma alegria que seja vivida no presente é a
dimensão essencial da pedagogia e é preciso que os alunos sejam estimulados,compensados
e recompensados por uma alegria que possa ser vivida no momento presente.
Bréscia (2003.p, 25), destaca que a música é uma combinação harmoniosa e
expressiva de sons e, como arte de se exprimir por meio de sons. Direcionando o
processo de alfabetização, no recurso musical, percebe-se que uma aula com
novos estímulos, nesse caso o auditivo, também proporcionava a construção da
alfabetização por ligar o som a seus códigos lingüísticos sociais
estabelecidos. Há também a questão da inteligência musical que Guardner (1995)
na teoria das inteligências múltiplas, diz que deve ser inserida no currículo
escolar como um elemento de estabelecer harmonia pessoal, facilitando a
integração, a inclusão social e até o equilíbrio psicomático, se faz necessário
as ações direcionadas á construção do ser.
Hoje os educadores precisam ser mais do que bons professores precisam ser
facilitadores do aprendizado, trabalhando com novas técnicas e de maneira ampla
para enxergar o aluno como um ser constituído de inteligência e emoção. Sendo
assim é importante que o educador por meio da música direcione sua ação
pedagógica alfabetizadora a uma formação crítica e sensibilizadora, que a
música ajude os alunos a sentir,expressar,pensar na realidade ao seu redor
desenvolver capacidades,habilidades e
competências, criando situações de comunicação e expressão para que o
aluno se conecte ao imaginário e a fantasia dos processos de criação,
interpretação desenvolvendo a dimensão sensível que a música traz ao ser
humano.
Assim utilizar a música no espaço escolar será de fato um ato atrativo
para as aulas sem perder a propriedade pedagógica e desenvolver métodos de
aulas mais significativas e eficientes.
O gênero musical
possui características e propriedades próprias e intrínsecas, que são adotadas
com diversas finalidades, seja para se trabalhar dentro de sala de aula ou fora
dela, em casa, ou na rua para brincar com amigos.
Os PCNs (Brasil 1998, p.79) destacam que: conhecendo e apreciando músicas
de seu meio sociossocial e do conhecimento musical construído pela humanidade
em diferentes períodos históricos e espaços geográficos. O aluno pode aprender
a valorizar essa diversidade sem
preconceito estéticos ,étnicos culturais e de gênero.
Nesse contexto, trabalhar as cantigas de roda e parlendas, que são fontes
ricas de regionalismo, historia e ludicidade, resgatando o contexto em que a
criança vive e destaca o valor da história social e sua função dentro dela. Posso
afirmar que depois de tantas pesquisas e
leituras feitas o primeiro contato que a
criança tem com as rimas,com a linguagem musical textual em forma de poesias,ocorre no berço através das
cantigas de ninar, posteriormente depois com as canções de cantigas de
rodas e as parlendas também consideradas
como quadrinhas populares nos outros momentos de suas vidas,seja apenas
cantarolando,seja utilizando a para brincar.
As cantigas de
roda e as parlendas, quando direcionadas, apresentam se como recurso para a
leitura lúdica no processo de introdução da criança no mundo da leitura. Com
suas construções fáceis,poéticas e ricas em rimas, facilitando a compreensão do
código lingüístico.
A Quebkimusic junto da pedagogia da IFPA, esta ressuscitando na escola Hilda
Vieira suas parlendas com suas propriedades regionais folclóricas, históricas. O
projeto contém um enunciado lúdico pedagógico pela sua forma e ritmo, desenvolvendo
o aspecto psicossocial da criança e adolescentes, usando uma linguagem simples
e atraente através da criação de uma brinquedoteca que segundo Cunha (1992), é
um espaço preparado para estimular a criança possibilitando o acesso a uma
grande variedade de brinquedos dentro de um ambiente especial lúdico.
É também um lugar onde tudo convida a explorar a sentir, a experimentar, tanto
as crianças como adolescentes e até mesmo os adultos. Ao entrar na
brinquedoteca todos são tocados pelos sentimentos expresso da decoração por que
a alegria a magia são palpáveis pelos olhares, tornando o ambiente estimulador,
incentivador e criativo. Como diz Winnicott 1975,1998 o brincar é sempre
terapêutico e saudável sendo uma maneira de
descarregar a agressividade e reconhecer o mundo dividido em vários
aspectos interdisciplinar tornando o aprendizado prazeroso e alfabetização
gostosa de aprender e o letramento divertido de fazer.
É um ambiente onde a música esta inserida com as rimas aproximando a
criança da construção parafraseada e demonstrando que a utilização dos códigos
lingüísticos comuns entre as palavras é comum, facilitando as associações
verbais e orais e agregando significativas as palavras através da repetição do
reforço sonoro pela rima das onomatopéias, que agradam muito as crianças, jovens
e adultos, memorizando as quadrinhas e canções inteiras que muitas vezes sem
entender o som vamos penetrando a cadência e o ritmo dessas composições que são
apresentadas e sem perceber vai agradando os ouvidos e alegrando o coração ao
canta las repetitivamente até sem contexto, mas sempre implicitamente, construindo
uma ligação entre o ser e o seu lugar na sociedade em que vive. A música então
se coloca como uma importante peça como ação pedagógica através de suas parlendas
e as cantigas de roda ou não. Fazendo um papel fundamental e imprescindível no
processo de construção de sua alfabetização.
Paulo Freire pensou em um método de educação construído sobre a idéia de
um diálogo entre educador e educando, onde há sempre partes de cada um no outro
e, não poderia começar com o educador trazendo pronto, do seu mundo, do seu saber,
o seu método e o material da fala dele. Assim
a música faz reviver o passado envolvendo o presente pensando no futuro.
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