A brincadeira é um das atividades mais
recorrentes da experiência infantil. Nas práticas cotidianas, é comum
verificar crianças brincando de pique, de correr, de jogos de guerra e de
casinha. Cada brincadeira é vivida como um momento em si, rico pela sua
multiplicidade e diversidade conceitual.
As crianças brincam porque necessitam e desejam
compreender a sociedade adulta que as cerca, aprendendo regras de
comportamento e assumindo papéis sociais específicos. Nesses termos, a
brincadeira também se configura como campo rico para se observar a forma pela
qual a criança pequena expressa e interpreta o mundo que as cerca, na medida
em que tal atividade produz a oportunidade da criança expressar seus
sentimentos a respeito daquilo que ela está vivendo, experiências passadas e
daquilo que ela deseja para seu futuro.
Infelizmente as escolas estão perdendo o real
valor das brincadeiras que são atividades que possuem um valor extremamente
educativo, definindo como “perda de tempo” estes momentos que poderiam ser
ricamente explorados. Além disso, atividades lúdicas são colocadas como o
improviso, ou seja, “tapa furo” naquele momento em que o professor faltou, ou
mesmo quando não tenha preparado material suficiente para sua aula e, então,
recorre-se a este provimento.
O lúdico é o parceiro do professor, e é a
partir deste conceito que ele deve interessar-se por esta idéia, e prover para
seu aluno condições para que expresse seu mundo assumindo sua
corporeidade.
Este trabalho pretende chamar a atenção dos
profissionais competentes sobre a relevância da atividade lúdica para os
portadores de necessidades especiais. Uma criança cujo desenvolvimento está
complicado por um “defeito”, não é simplesmente menos desenvolvida que as
crianças normais de sua idade, mas é uma criança que se desenvolve de outro
modo.
Sendo assim, precisamos valorizar o brinquedo
levando-o para a sala de aula e também munir os profissionais de conhecimentos
para que possam entender e interpretar o brincar, assim como utilizá-lo para
que auxilie na construção do aprendizado da criança.
Para que isso aconteça o adulto deve estar
muito presente e participante nos momentos lúdicos, observando e até mesmo
intervindo quando necessário como mediador destas atividades. É preciso rever
o processo educativo, possibilitando a igualdade para todos, visto que educar,
incluir e brincar é atividades associadas.
A educação deve ser para todos, independente
das limitações e particularidades, e é sob este aspecto que a atividade
inclusiva deve acontecer. Mas para que isso aconteça é necessário mudar os
paradigmas e reorganizar o sistema educacional para possibilitar ao portadores
de necessidades educacionais o desenvolvimento físico, psíquico e
social.
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