JOSÉ CARLOS LIBÂNEO
SÍNTESE DO LIVRO DIDÁTICA AUTOR: JOSÉ CARLOS LIBÂNEO EDITORA: CORTEZ,
1994 Nº DE PAGINAS: 263
APRESENTAÇÃO
Na abertura, o autor determina os
princípios que norteiam a narrativa durante a obra, da importância da didática
e seu caráter aglutinador dos conteúdos e procedimentos, da sua característica
de englobar conhecimentos da área da psicologia da educação, sociologia da
educação, filosofia da educação, entre outras áreas a fim para explicar o ato e
a forma do aprender. Logo no início, o autor mostra o que irá falar: Percepção
e compressão reflexiva e crítica das situações didáticas; compreensão crítica
do processo de ensino; a unidade objetivos-conteúdos-métodos como a espinha
dorsal das tarefas docentes e o domínio de métodos e procedimentos para usar em
situações de didáticas concretas. Verifica-se a intenção do autor de construir
um conteúdo e organizar uma discussão que tenha um caráter prático no processo
educativo. Isto também se demonstra da divisão dos capítulos que contemplam as
diversas áreas de abrangência da didática.
CAPÍTULO 01 – Prática educativa, Pedagogia e Didática
O autor começa o tema
situando a didática no conjunto dos conhecimentos pedagógicos, demonstrando a
fundamental importância do ato de ensinar na formação humana para vivermos em
sociedade. Neste capítulo, o autor aborda a prática educativa em sociedade, a
diferença entre a educação, instrução e ensino; a educação, o escolar,
pedagogia e didática, e a didática e sua importância na formação dos
professores.
Prática educativa e
sociedade
Os professores são
parte integrante do processo educativo, sendo importantes para a formação das gerações
e para os padrões de sociedade que buscamos. Neste subtítulo, o autor situa a
educação como fenômeno social universal determinando o caráter existencial e
essencial da mesma. Estuda também os tipos de educação, a não intencional,
refere-se a influências do contexto social e do meio ambiente sobre os
indivíduos. Já a intencional refere-se àquelas que têm objetivos e intenções
definidos. A educação pode ser também, formal ou não formal, dependendo sempre
dos objetivos. A educação não formal é aquela realizada fora dos sistemas
educacionais convencionais, e a educação formal é a que acontece nas escolas,
agências de instrução e educação ou outras. Libâneo também relata o papel
social da educação e como seus conteúdos objetivos são determinados pelas sociedades,
política e ideologia predominantes. Fala desta relação importante da educação
com os processos formadores da sociedade "desde o início da historia da
humanidade, os indivíduos e grupos travavam relações recíprocas diante da
necessidade de trabalharem conjuntamente para garantir sua sobrevivência"
(Libâneo, 1994, p.19).O autor considera estas influencias como fatores
fundamentais das desigualdades entre os homens, sendo um traço fundamental
desta sociedade. Coloca as ideologias como valores apresentados pela minoria
dominante, politizando a prática educativa e demonstrando o seu envolvimento
com o social. Ele afirma que escola é o campo específico de atuação política do
professor, politizando ainda mais o ambiente escolar.
Educação, instrução e ensino.
Neste subtítulo, o autor define
as três palavras chaves, suas diferenças e sentidos diversos. A educação que é
apresentada com um conceito amplo, que podemos sintetizar como uma modalidade
de influências e inter-relações que convergem para a formação da personalidade
social e o caráter, sendo assim uma instituição social.
Já a instrução está relacionada à
formação e ao desenvolvimento das capacidades cognoscitivas, mediante o domínio
de certos conhecimentos. O ensino por sua vez é conceituado aqui como as ações,
meios, condições para que aconteça a instrução. Observa-se que a instrução esta
subordinada à educação. Estas relações criam uma relação intrincada destes três
conceitos que são responsáveis pelo educar. Destaca que podemos instruir sem
educar ou vice-versa, pois a real educação depende de transformarmos estas
informações em conhecimento, tendo nos objetivos educativos uma forma de
alcançarmos esta educação. Coloca que a educação escolar pode ser chamada
também de ensino.
Educação escolar,
Pedagogia e Didática
A educação escolar é um sistema de instrução e
ensino de objetivos intencionais, sistematizados e com alto grau de
organização, dando a importância da mesma para uma democratização maior dos
conhecimentos. O autor coloca que as práticas educativas é que verdadeiramente
podem determinar as ações da escola e seu comprometimento social com a
transformação. Afirma que a pedagogia investiga estas finalidades da educação
na sociedade e a sua inserção na mesma, diz que a Didática é o principal ramo
de estudo da pedagogia para poder estudar melhor os modos e condições de
realizarmos o ensino e instrução. Ainda coloca a importância da sociologia da
educação, psicologia da educação nestes processos de relação aluno-professor.
A Didática e a formação profissional do professor
Determina, o autor, que as duas
dimensões da formação profissional do professor para o trabalho didático em
sala de aula.
A primeira destas dimensões é a
teórico-científica formada de conhecimentos de filosofia, sociologia, história
da educação e pedagogia.
A segunda é a técnica–prática,
que representa o trabalho docente incluindo a didática, metodologias, pesquisa
e outras facetas práticas do trabalho do professor. Neste subtítulo, Libâneo
define a didática como a mediação entre as dimensões teórico-científica e a
prática docente.
CAPÍTULO 02 -
Didática e Democratização do Ensino
Neste capítulo, continua a discussão colocada
no capítulo anterior, sobre a democratização do ensino e a importância de
oferecer este de qualidade e a toda sociedade. Inicia com a colocação que a
participação ativa na vida social é o objetivo da escola pública, o ensino é
colocado como ações indispensáveis para ocorrer à instrução. Levanta e responde
algumas perguntas envolvendo a escolarização, qualidade do ensino do povo e o
fracasso escolar, fala também da Ética como compromisso profissional e social.
A escolarização e as
lutas democráticas.
Realmente a escolarização é o
processo principal para oferecer a um povo sua real possibilidade de ser livre
e buscar nesta mesma medida participar das lutas democráticas, o autor endente
democracia como um conjunto de conquistas de condições sociais, políticas e
culturais, pela maioria da população para participar da condução de decisões
políticas e sociais. Libâneo, (1994, 35) cita Guiomar Namo de Mello: "A
escolarização básica constitui instrumento indispensável à construção da
sociedade democrática", fala também dos índices de escolarização no
Brasil, mostrando a evasão escolar e a repetência como graves problemas
advindos da falta de uma política pública, de igualdade nas oportunidades em
educação, deixando como resultado um enorme número de analfabetos na faixa de 5
a 14 anos. A transformação da escola depende da transformação da sociedade,
afirma Libâneo, e continua dizendo que a escola é o meio insubstituível de
contribuição para as lutas democráticas.
O Fracasso escolar
precisa ser derrotado
Nessa parte, o autor fala mais detalhadamente
deste grave problema do nosso sistema escolar, detalha gráficos que apontam
para um quadro onde a escola não consegue reter o aluno no sistema escolar.
Aponta muitos motivos para isto, mas considera, como principal, a falta de
preparo da organização escolar, metodológica e didática de procedimentos
adequados ao trabalho com as crianças pobres. Isto acontece devido aos
planejamentos serem feitos prevendo uma criança imaginada e não a criança
concreta, aquela que esta inserida em um contexto único. Somente o ingresso na
escola pode oferecer um ponto de partida no processo de ensino aprendizagem.
Levanta, também, neste capítulo, outros fatores como dificuldades emocionais,
falta de acompanhamento dos pais, imaturidade, entre outros. Cita aqui David
Ausubel que afirma que o fator isolado mais importante que influencia a aprendizagem
é aquilo que o aluno já conhece, complementa dizendo que o professor deve
descobri-lo e basear-se nisto em seus ensinamentos.
As tarefas da escola pública democrática
Todos sabemos da importância do
ensino de primeiro grau para formação do indivíduo, da formação de suas
capacidades, habilidades e atitudes, além do seu preparo para as exigências
sociais que este indivíduo necessita, dando a ele esta capacidade de poder
estudar e aprender o resto da vida. O autor lista as tarefas principais das
escolas públicas, entre elas, destacam-se:
1. Proporciono escola gratuita
pelos primeiros oito anos de escolarização;
2. Assegurar a transmissão e assimilação dos
conhecimentos e habilidades;
3. Assegurar o desenvolvimento do pensamento
crítico e independente;
4. Oferecer um processo democrático de gestão
escolar com a participação de todos os elementos envolvidos com a vida escolar.
O
compromisso social e ético dos professores
O primeiro compromisso da
atividade profissional de ser professor (o trabalho docente) é certamente de
preparar os alunos para se tornarem cidadãos ativos e participantes na família,
no trabalho e na vida cultural e política. O trabalho docente visa também a
mediação entre a sociedade e os alunos. Libâneo afirma que, como toda a
profissão, o magistério é um ato político porque se realiza no contexto das
relações sociais.
CAPÍTULO 03 -
Didática: Teoria da Instrução e do Ensino
Neste capítulo, o autor aborda, em especial, os vínculos da
didática com os fundamentos educacionais, explicita seu objetivo de estudar e
relacionar os principais temas da didática indispensáveis para o exercício
profissional.
A didática como atividade pedagógica escolar
Sabedores que a pedagogia investiga a natureza das
finalidades da educação como processo social, a didática coloca-se para
assegurar o fazer pedagógico na escola, na sua dimensão político, social e
técnica, afirmando daí o caráter essencialmente pedagógico desta disciplina.
Define assim a didática como mediação escolar entre objetivos e conteúdos do
ensino. Define, o autor, mais alguns termos fundamentais nesta estruturação
escolar, a instrução como processo e o resultado da assimilação sólida de
conhecimentos; o currículo como expressão dos conteúdos de instrução; e a
metodologia como conjunto dos procedimentos de investigação quanto a
fundamentos e validade das diferentes ciências, sendo as técnicas recursos ou
meios de ensino seus complementos.
Sintetizando, os temas fundamentais da didática são:
1. Os objetivos sócio-pedagógicos;
2. Os conteúdos
escolares;
3. Os princípios didáticos;
4. Os métodos de
ensino aprendizagem;
5. As formas organizadas do ensino;
6. Aplicação de
técnicas e recursos;
7. Controle e avaliação da aprendizagem.
Objetivo de estudo: o
processo de ensino
Sem dúvida, o objetivo do estudo
da didática é o processo de ensino. Podemos definir, conforme o autor, o
processo de ensino como uma seqüência de atividades do professor e dos alunos
tendo em vista a assimilação de conhecimentos e habilidades. Destaca a
importância da natureza do trabalho
docente como a mediação da relação cognoscitiva entre o aluno e as
mateiras de ensino. Libâneo ainda coloca que ensinar e aprender são duas
facetas do mesmo processo, que se realiza em torno das matérias de ensino sob a
direção do professor.
Os componentes do
processo didático
O ensino, por mais simples que pareça, envolve uma atividade
complexa, sendo influenciado por condições internas e externas. Conhecer estas
condições é fator fundamental para o trabalho docente. A situação didática em
sala de aula esta sujeita também a determinantes econômico-sociais e sócio–
culturais, afetando assim a ação didática diretamente. Assim sendo, o processo
didático está centrado na relação entre ensino e aprendizagem.
Podemos daí determinar os elementos constitutivos da
Didática:
1. Conteúdos da matérias;
2. Ação de ensinar;
3. Ação de aprender.
Desenvolvimento histórico da Didática e tendências pedagógicas
O autor afirma que a didática e sua história
estão ligadas ao aparecimento do ensino. Desde a Antigüidade clássica ou no
período medieval já temos registro de formas de ação pedagógicas em escolas e
mosteiros. Entretanto, a didática aparece em obra em meados do século XVII, com
João Amos Comenio, ao escrever a primeira obra sobre a didática "A
didática Magna", estabelecendo na obra alguns princípios com:
1. A finalidade da educação é
conduzir a felicidade eterna com Deus.
2. O homem deve ser educado de acordo
com o seu desenvolvimento natural, isto é de acordo com suas características de
idade e capacidade.
3. A assimilação dos
conhecimentos não se da de forma imediata.
4. O ensino deve seguir o curso da natureza
infantil; por isto as coisas devem ser ensinadas uma de cada vez. Já mais
adiante, Jean Jacques Rousseau (1712-1778) propôs uma nova concepção de ensino,
baseado nas necessidades e interesses imediatos da criança. Porém, este autor
não colocou suas ideias em prática, cabendo mais adiante a outro pesquisador
faze- lo, Henrique Pestalozzi (1746-1827) trabalhava com a educação de crianças
pobres. Estes três teóricos influenciaram muito Johann Friedrich Herbart
(1776-1841), que tornou a verdadeira inspiração para pedagogia conservadora,
determinando que o fim da educação é a moralidade atingida através da instrução
de ensino. Estes autores e outros tantos formam as bases para o que chamamos
modernamente de Pedagogia Tradicional e Pedagogia Renovada. Tendências pedagógicas no Brasil e a
Didática
Nos últimos anos, no Brasil, vêm
sendo realizados muitos estudos sobre a história da didática no nosso país e
suas lutas, classificando as tendências pedagógicas em duas grandes correntes:
as de cunho liberal e as de cunho progressivista. Estas duas correntes têm
grandes diferenças entre si. A tradicional vê a didática como uma disciplina
normativa, com regras e procedimentos padrões, centrando a atividade de ensinar
no professor e usando a palavra (transmissão oral) como principal recurso
pedagógico. Já a didática de cunho progressivista é entendida como direção da
aprendizagem, o aluno é o sujeito deste processo e o professor deve oferecer
condições propícias para estimular o interesse dos alunos por esta razão os
adeptos desta tendência dizem que o professor não ensina; antes, ajuda o aluno
a prender. Também temos aqui colocado pelo autor as tendências principais desta
evolução e suas principais publicações na época. Vimos também que as tendências
progressivas só tomaram força nos anos 80, com as denominadas "teorias
críticas da educação". O autor lista também as várias divisões destas duas
tendências e explica suas diferenças vitais.
A Didática e as tarefas do professor
O modo de fazer docente determina
a linha e a qualidade do ensino, traça-se aqui, pelo autor, os principais
objetivos da atuação docente:
a. Assegurar ao aluno domínio
duradouro e seguro dos conhecimentos.
b. Criar condições para o
desenvolvimento de capacidades e habilidades visando a autonomia na
aprendizagem e independência de pensamento dos alunos.
c- Orientar as tarefas do ensino
para a formação da personalidade.
Estes três itens se integram
entre si, pois a aprendizagem é um processo. Depois, o autor levanta os
principais pontos do planejamento escolar: a. Compressão da relação entre
educação escolar e objetivo sociopolíticos.
b. Domínio do conteúdo e sua
relação com a vida prática.
c. Capacidade de dividir a
matéria em módulos ou unidades.
d. Conhecer as características socioculturais
e individuais dos alunos
e . Domínio de métodos de ensino.
f. Conhecimento dos programas oficias.
g. Manter-se bem informado sobre livros e
artigos ligados a sua disciplina e fatos relevantes.
Já a direção do ensino e
aprendizagem requer outros procedimentos do professor:
a. Conhecimento das funções
didáticas
b. Compatibilizar princípios gerais com
conteúdos e métodos da disciplina
c. Domínio dos métodos e de
recursos tauxiares
d. Habilidade de expressar idéias
com clareza
e. Tornar os conteúdos reais
f. Saber formular perguntas e
problemas
g. Conhecimento das habilidades
reais dos alunos
h. Oferecer métodos que valorizem o trabalho
intelectual independente
i. Ter uma linha de conduta de relacionamento
com os alunos
j. Estimular o interesse pelo estudo
Para a avaliação os procedimentos são outros
por parte do professor:
a. Verificação continua dos
objetivos alcançados e do rendimento nas atividades
b. Dominar os meios de avaliação
diagnóstica
c. Conhecer os tipos de provas e
de avaliação qualitativa
Estes requisitos são necessários para o
professor poder exercer sua função docente frente aos alunos e institutos em
que trabalha. Por isto, o professor, no ato profissional, deve exercitar o
pensamento para descobrir constantemente as relações sociais reais que envolvem
sua disciplina e a sua inserção nesta sociedade globalizada, desconfiando do
normal e olhando sempre por traz das aparências, seja do livro didático ou
mesmo de ações pré-estabelecidas. CAPÍTULO
04 -O Processo de Ensino na Escola
O magistério se caracteriza nas
atividades de ensino das matérias escolares criando uma relação recíproca entre
a atividade do professor (ensino) e a atividade de estudo dos alunos
(aprendizagem). Criar esta unidade entre o ensino-aprendizagem é o papel
fundamental dos processos de ensino na escola, pois as relações entre alunos,
professores e matérias são dinâmicas.
As características do
processo de ensino
Inicia-se analisando as
características do ensino tradicional e suas principais limitações pedagógicas:
o professor só passa a matéria e o aluno recebe e reproduz mecanicamente o que absorve; é dada
uma excessiva importância a matéria do livro sem dar a ele um caráter vivo; o
ensino é somente transmitido com dificuldades para detectar o ritmo de cada
aluno no aprender; o trabalho docente está restrito às paredes da sala de aula.
O autor propõe que entendamos o processo de ensino como visando alcançar
resultados tendo com ponto de partida o nível de conhecimentos dos alunos e
determinando algumas características como: o ensino é um processo, por isto
obedece a uma direção, este processo visa alcançar determinados resultados como
domínio de conhecimentos, hábitos, habilidades, atitudes, convicções e
desenvolvimento das capacidades cognoscitivas, dando ao ensino este caráter
bilateral, combinando as atividades do professor com as do aluno.
Processos didáticos básicos: ensino e
aprendizagem
O livro mostra novamente a importância de garantir a unidade
didática entre ensino e aprendizagem e propõe que analisemos cada parte deste
processo separadamente. A aprendizagem esta presente em qualquer atividade
humana em que possamos aprender algo. A aprendizagem pode ocorrer de duas
formas: casual, quando for espontânea ou organizada quando for aprender um
conhecimento específico. Com isto defini-se a aprendizagem escolar como um
processo de assimilação de determinados conhecimentos e modos de ação física e
mental. Isto significa que podemos aprender conhecimentos sistematizados,
hábitos, atitudes e valores. Neste sentido, temos o processo de assimilação
ativa que oferece uma percepção, compreensão, reflexão e aplicação que se
desenvolve com os meios intelectuais, motivacionais e atitudes do próprio
aluno, sob a direção e orientação do professor. Podemos ainda dizer que existem
dois níveis de aprendizagem humana: o reflexo e o cognitivo. Isto determina uma
interligação nos momentos da assimilação ativa, implicando nas atividades
mental e práticas. O livro coloca a aprendizagem escolar como uma atividade
planejada, intencional e dirigida, não sendo em hipótese alguma casual ou
espontânea. Com isto, pode pensar que o conhecimento se baseia em dados da
realidade. De início, é importante definir o ensino e o autor coloca-o como o
meio fundamental do processo intelectual dos alunos, ou seja, o ensino é a
combinação entre a condução do processo de ensino pelo professor e a
assimilação ativa do aluno.
O ensino tem três funções inseparáveis:
1. Organizar os
conteúdos para transmissão, oferecendo ao aluno relação subjetiva com os
mesmos.
2. Ajuda os alunos nas suas possibilidade de aprender.
3.Dirigir e controlar atividade do professor para os
objetivos da aprendizagem. Mostra-se também a unidade necessária entre ensino e
a aprendizagem, afinal o processo de ensino deve estabelecer apenas exigências
e expectativas que os alunos possam cumprir para poder realmente envolve-los
neste processo e mobilizar as suas energias.
Estrutura,
componentes e dinâmica do processo de ensino
A estrutura e componentes explica
o processo didático como a ação recíproca entre três componentes; os conteúdos,
o ensino e a aprendizagem. Já o processo de ensino realizado no trabalho
docente é um sistema articulado, formado pelos objetivos, conteúdos, métodos e
condições, sendo, como sempre, o professor o responsável por esta condução.
Neste quadro, o autor diz que o processo de ensino consiste ao mesmo tempo na
condução do estudo e na auto-atividade do aluno, e levanta a contradição deste
fato. Deixa clara a dificuldade de execução da tarefa docente e afirma que a
Didática contribui justamente para tentar resolver esta contradição entre
ensino e aprendizagem, em outras palavras, esta contradição acontece entre o
saber sistematizado e o nível de conhecimento esperado. Existem algumas
condições para que a contradição se transforme em forca motriz: 1. Dar ao aluno
consciência das dificuldades que aparecem no confronto com um conhecimento novo
que não conhecem. 2. O volume de atividades, conhecimento e exercícios devem
considerar o preparo prévio do aluno. 3. Estas condições devem constar do
planejamento. A estruturação do trabalho docente O autor reflete sobre este
entendimento errôneo de que o trabalho docente na escola é o de
"passar" a matéria de acordo, geralmente, com o livro didático. E
mostra que a estrutura da aula deve ter um trabalho ativo e conjunto entre
professor e aluno, ligado estreitamente com a metodologia específica das
matérias, porém, não se identifica com leia.
A cinco momentos da metodologia de ensino na
sala de aula:
1. Orientação inicial dos
objetivos de ensino aprendizagem;
2. Transmissão /assimilação da matéria nova;
3. Consolidação e aprimoramento dos
conhecimentos, habilidades e hábitos; 4. Aplicação de conhecimentos,
habilidades e hábitos;
5. Verificação e avaliação dos conhecimentos e
habilidades.
O caráter educativo
do processo de ensino e o ensino crítico
Este caráter educativo do
processo de ensino está intimamente ligado com o ensino crítico, dando a ele
uma característica mais ampla, determinada social e pedagogicamente. Este
ensino é critico por estar engajamento social, político e pedagogicamente,
determinando uma postura frente às relações sociais vigentes e à prática social
real.
CAPÍTULO 05 - O
Processo de Ensino e o Estudo Ativo
Neste capítulo, entende-se melhor
a relação entre o processo de ensino (falado no capítulo anterior) e o estudo
ativo, este definido aqui como uma atividade cujo fim direto e específico é
favorecer a aprendizagem ativa. Nesta medida, o capítulo discutirá também como
o professor pode dirigir, estimular e orientar as condições internas e externas
do ensino.
O estudo ativo e o ensino
É necessário ter presente que os
conteúdos representam o elemento em torno do qual se realiza a atividade de
estudo. O estudo ativo é por consequência uma postura do aluno e do professor
frente ao conteúdo, pois as atividades deste estudo ativo se baseiam nas
atividades do aluno de observação e compreensão de fatos ligados a matéria, da
atenção na explicação do professor, favorecendo o desenvolvimento das
capacidades cogniscitivas do aluno. Não existe ensino ativo sem o trabalho
docente.
A atividade de estudo e o desenvolvimento intelectual
Neste subtítulo, o autor
declara algo muito importante e já dito em outros momentos humanos "O
objetivo da escola e do professor é formar pessoas inteligentes..." Neste
aspecto, o professor deve se satisfazer se o aluno compreende a matéria e tem
possibilidade de pensar de forma independente e criativa sobre ela. Levanta
dificuldades do trabalho docente para estimular aos alunos, principalmente
porque o professor usa um estilo convencional de aula, igual para todas as
matérias, com falta de entusiasmo e sem adequação com o mundo prático e real do
aluno. Porém, estas dificuldades podem ser superadas com um domínio maior do
conteúdo por parte do professor, eleger mais do que um livro de referência,
estar atualizado com as notícias, conhecer melhor as características dos seus alunos,
dominar técnicas, didáticas e metodologias. Com isto, cada tarefa didática será
uma tarefa de pensamento para o aluno. Algumas
formas de estudo ativo
O estudo ativo
envolve inúmeros procedimentos para despertar no aluno hábitos, habilidades de
caráter permanente. Para isto temos várias tarefas e exercícios específicos para
este fim, listados aqui como pelo autor:
1. Exercícios de reprodução - testes rápidos para verificar
assimilação e domínio de habilidades.
2. Tarefa de preparação para o estudo - Diálogo estabelecido
entre o professor/aluno, aluno/aluno e observa e revisão de matérias
anteriores.
3. Tarefas de fases de assimilação de matérias - Atividades
que favoreçam o confronto entre os conhecimentos sistematizados e a realidade
dos alunos.
4. Tarefas na fase de
consolidação e aplicação – compõem-se de exercícios e revisão de fixação.
Fatores que influenciam no estudo ativo Há vários fatores que influenciam no
ato de estudar e aprender, entre estes fatores destacam-se alguns que
influenciam de sobremaneira no estudo ativo.
1. O incentivo ao estudo - conjunto de estímulos que
estimulam no aluno sua motivação para aprender.
2. As condições de
aprendizagem – para oferecermos condições mínimas de aprendizagem, temos que
conhecer muito bem as condições socioculturais dos alunos.
3. A influência do professor e do ambiente escolar -
certamente o professor e o meio exercem uma influencia muito forte no aluno. O
autor reitera aqui também a necessidade de uma sólida assimilação de
conhecimentos para ocorrer uma verdadeira aprendizagem.
CAPÍTULO 06 - Os
Objetivos e Conteúdos de Ensino
Neste capítulo, o autor aborda a
relação entre s componentes do processo de ensino, determina a unidade entre
objetivos-conteúdos e destes com os métodos. Os objetivos determinam de antemão
os resultados esperados do processo entre o professor e aluno, determinam
também a gama de habilidades e hábitos a serem adquiridos. Já os conteúdos
formam a base da instrução. O método por sua vez é a forma com que estes
objetivos e conteúdos serão ministrados na prática ao aluno. A importância dos
objetivos educacionais A prática educacional baseia-se nos objetivos por meio
de uma ação intencional e sistemática para oferecer aprendizagem. Desta forma
os objetivos são fundamentais para determinação de propósitos definidos e
explícitos quanto às qualidades humanas que precisam ser adquiridas.
Os objetivos têm pelo menos três referências
fundamentais para a sua formulação.
1. Os valores e ideias ditos na legislação
educacional.
2. Os conteúdos básicos das
ciências, produzidos na história da humanidade. 3. As necessidades e
expectativas da maioria da sociedade.
Ë importante destacar que estas
três referências não devem ser tomadas separadamente, pois devem se apresentar
juntos no ambiente escolar. Devemos ter claro que o trabalho docente é uma
atividade que envolve opções sobre nosso conceito de sociedade, pois isto vai
determinar a relação com os alunos. Isto prova que sempre conscientemente ou
não, temos ou traçamos objetivos.
Objetivos gerais e
objetivos específicos
Os objetivos são o marco inicial do processo
pedagógico e social, segundo Libâneo. Os objetivos gerais explicam-se a partir
de três níveis de abrangência. O primeiro nível é o sistema escolar que
determina as finalidades educativas de acordo com a sociedade em que está
inserido; o segundo é determinado pela escola que estabelece as diretrizes e
princípios do trabalho escolar; o terceiro nível é o professor que concretiza
tudo isto em ações práticas na sala de aula. Alguns objetivos educacionais
podem auxiliar os professores a determinar seus objetivos específicos e
conteúdos de ensino. Entre estes objetivos educacionais destacam-se: a) colocar
a educação no conjunto de lutas pela democratização da sociedade; b) oferecer a
todos as crianças, sem nenhum tipo de discriminação cultural, racial ou política,
uma preparação cultural e científica a partir do ensino das materiais; c)
assegurar a estas crianças o desenvolvimento máximo de suas potencialidades; d)
formar nos alunos a capacidade crítica e criativa em relação a matérias e sua
aplicação; e) formar convicções para a vida futura; f) institucionalizar os
processos de participação envolvendo todas as partes formadoras da realidade
escolar.
Os conteúdos de
Ensino
Desde o início do livro, o autor
vem reiterando a ideia que as escolas têm, como tarefa fundamental, a
democratização dos conhecimentos, garantindo uma base cultural para jovens e
crianças. Sob este aspecto, muitos professores fazem a ideia que os conteúdos
são o conhecimento corresponde a cada matéria, ou mesmo, que são a matéria do
livro didático.O autor fala que esta visão não é complemente errada, pois há
sempre três elementos no ensino: matéria, professor e o aluno. Neste aspecto,
devemos estudar o ensino dos conteúdos como uma ação recíproca entre a matéria,
o ensino e o estudo dos alunos. Por isto é muito importante que os conteúdos
tenham em si momentos de vivências práticas para dar significado aos mesmos.
Definindo os conteúdos, eles são o conjunto de conhecimentos, habilidades,
hábitos, modos valorativos e atitudes, organizados pedagógica e didaticamente,
buscando a assimilação ativa e aplicação prática na vida dos alunos. Agora uma
questão importante, apresentada no livro, é a de quem deve escolher os
conteúdos de ensino? Certamente, deve-se considerar que cabe ao professor, em
última instancia, esta tarefa. Nesta tarefa o professor enfrenta pelo menos
dois questionamentos fundamentais: Que conteúdos e que métodos? Para responder
a primeira pergunta, o autor diz que há três fontes para o professor selecionar
os seus conteúdos do plano de ensino, a primeira é a programação oficial para
cada disciplina; a segunda, conteúdos básicos das ciências transformados em
matérias de estudo; a terceira, exigências teóricas práticas colocadas na vida
dos alunos e sua inserção social. Porém, a escolha do conteúdo vai além destas
três exigências, para entendermos, tem-se que observá-las em outros sentidos.
Um destes sentidos é a participação na prática social; outro sentido
fundamental é a prática da vida cotidiano dos alunos, da família, do trabalho,
do meio cultural, fornecendo fatos a serem conectados ao estudo das matérias. O
terceiro destes sentidos refere-se à própria condição de rendimento escolar dos
alunos. Nesta visão, há uma dimensão crítico-social dos conteúdos, e esta se
manifesta no tratamento científico dado ao conteúdo, no seu caráter histórico,
na intenção de vínculo dos conteúdos com a realidade da vida dos alunos. Em
síntese, esta dimensão crítica-social dos conteúdos nada mais é do que uma
metodologia de estudo e interpretação dos objetivos do ensino. Na atual
sociedade, apesar do que foi visto anteriormente, tem-se conteúdos diferentes
para diversas esferas e classes sociais, estas diferenças ratificam os
privilégios existentes na divisão de classes já estabelecida pelo sistema
capitalista. Neste sentido, os livros didáticos oferecidos no ensino das
disciplinas, além de sistematizar e difundir conhecimentos, servem também para
encobrir estas diferenças, ou mesmo, escamotear fatos da realidade para evitar
contradições com sua orientação sócio-cultural–política. Com isto, o professor
deve sempre analisar os textos e livros que vai usar com os alunos, no sentido
de oferecer um ensino igualitário que possa olhar criticamente estas máscaras
da sociedade. Conhecer o conteúdo da matéria e ter uma sensibilidade crítica
pode facilitar esta tarefa por parte do professor. Critérios de seleção Aqui, o
autor propõe uma forma mais didática de resolver esta difícil tarefa de
selecionar os conteúdos a serem ministrados em sala de aula. Abaixo, coloca-se
esta forma ordenada de elaborar os conteúdos de ensino:
1. Correspondência entre os objetivos gerais e
os conteúdos.
2. Caráter científico.
3. Caráter sistemático.
4. Relevância social.
5. Acessibilidade e solidez.
CAPÍTULO 07 - Os Métodos de Ensino
Como já se viu anteriormente, os
métodos são determinados pela relação objetivo-conteúdo, sendo os meios para
alcançar objetivos gerais e específicos de ensino. Tem-se, assim, que as
características dos métodos de ensino: estão orientados para os objetivos,
implicam numa sucessão planejada de ações, requerem a utilização de meios.
Conceito de métodos de ensino
Um conceito simples de método é
ser o caminho para atingir um objetivo. São métodos adequados para realizar os objetivos.
É importante entender que cada ramo do conhecimento desenvolve seus próprios
métodos, observa-se então métodos matemáticos, sociológicos, pedagógicos, entre
outros. Já ao professor em sala de aula cabe estimular e dirigir o processo de
ensino utilizando um conjunto de ações, passos e procedimentos que chamamos
também de método. Agora não se pode pensar em método como apenas um conjunto de
procedimentos, este é apenas um detalhe do método. Portanto, o método
corresponde à sequencia de atividades do professor e do aluno. A relação
objetivo-conteúdo-método Um entendimento global sobre esta relação é que os
métodos não têm vida sem os objetivos e conteúdos, dessa forma a assimilação
dos conteúdos depende dos métodos de ensino e aprendizagem. Com isto, a maior característica deste processo é a
interdependência, onde o conteúdo determina o método por ser a base informativa
dos objetivos, porém, o método também pode ser conteúdo quando for objeto da
assimilação. O que realmente importa é que esta relação de unidade entre objetivo
conteúdo constitua a base do processo didático. Os princípios básicos do ensino
Estes princípios são os aspectos gerais do processo de ensino que fundamentam
teoricamente a orientação do trabalho docente. Estes princípios também e
fundamentalmente indicam e orientam a atividade do professor rumo aos objetivos
gerais e específicos.
Estes princípios básicos de
ensino são:
1. Ter caráter científico e
sistemático - O professor deve buscar a explicação científica do conteúdo;
orientar o estudo independente, utilizando métodos científicos; certificar-se
da consolidação da matéria anterior antes de introduzir as matérias novas;
organizar a sequencia entre conceitos e habilidades; ter unidade entre
objetivos-conteúdos métodos; organizar a aula integrando seu conteúdo com as
demais matérias; favorecer a formação, atitudes e convicções.
2. Ser compreensível e possível
de ser assimilado - Na prática, para se entender estes conceitos, deve-se:
dosar o grau de dificuldade no processo de ensino; fazer um diagnóstico
periódico; analisar a correspondência entre o nível de conhecimento e a
capacidade dos alunos; proporcionar o aprimoramento e a atualização constante
do professor.
3. Assegurar a relação
conhecimento-prática – Para oferecermos isto aos alunos deve-se: estabelecer
vínculos entre os conteúdos e experiências e problemas da vida prática; pedir
para os alunos sempre fundamentarem aquilo que realizam na prática; mostrar a
relação dos conhecimentos com o de outras gerações.
4. Assentar-se na unidade
ensino-aprendizagem - ou seja, na prática: esclarecer os alunos sobre os
objetivos das aulas, a importância dos conhecimentos para a sequencia do
estudo; provocar a explicitação da contradição entre ideias e experiências;
oferecer condições didáticas para o aluno aprender independentemente; estimular
o aluno a defender seus pontos de vista e conviver com o diferente; propor
tarefas que exercitem o pensamento e soluções criativas; criar situações
didáticas que ofereçam aplicar conteúdos em situações novas; aplicar os métodos
de soluções de problemas.
5. Garantir a solidez dos
conhecimentos
6. Levantar vínculos para o trabalho
coletivo-particularidades individuais, deve-se adotar as seguintes medidas para
isto acontecer: explicar com clareza os objetivos; desenvolver um ritmo de
trabalho que seja possível da turma acompanhar; prevenir a influência de particularidades
desfavoráveis ao trabalho do professor;
respeitar e saber diferenciar cada aluno e seus ritmos específicos.
Classificação dos
métodos de ensino
Sabe-se que existem vários tipos de
classificação de métodos, seguindo determinados autores, no nosso estudo, o
autor define os métodos de ensino como estando intimamente ligados com os
métodos de aprendizagem, sob este ponto de vista o eixo do processo é a relação
cognoscitiva entre o aluno e professor. Pode-se diferenciar estes métodos
segundo suas direções, podendo ser externo e interno. A partir disto, o autor
lista todos os métodos mais conhecidos de atividade em sala de aula por parte do
professor.
1. Método de exposição pelo
professor - Este método é o mais usado na escola, onde o aluno assume uma
posição passiva perante a matéria explanada. Ele pode ser de vários tipos de
exposição: verbal, demonstração, ilustração, exemplificação.
2. Método de trabalho
independente – consiste em tarefas dirigidas e orientadas pelo professor para
os alunos resolverem de maneira independente e criativa. Este método tem, na
atitude mental do aluno, seu ponto forte.Tem também a possibilidade de apresentar
fases com a tarefa preparatória, tarefa de assimilação de conteúdos, tarefa de
elaborarão pessoal. Uma das formas mais conhecidas de trabalho independente é o
estudo dirigido individual ou em duplas.
3. Método de elaboração conjunta
– é um método de interação entre o professor e o aluno visando obter novos
conhecimentos.
4. Método de trabalho de grupo -
consiste em distribuir tarefas iguais ou não a grupos de estudantes, o autor
cita de três a cinco pessoas. Têm-se também formas específicas de trabalhos de
grupos comuns: debate, Philips 66, tempestade mental, grupo de verbalização,
grupo de observação (GV-GO), seminário.
5. Atividades especiais – são
aquelas que complementam os métodos de ensino. Meios de ensino São todos os
meios e recursos materiais utilizados pelo professor ou alunos para organizar e
conduzir o ensino e a aprendizagem. Os equipamentos usados em sala de aula (do
quadro-negro até o computador) são meios de ensino gerais possíveis de serem
usados em todas as matérias. É importante que os professores saibam e dominem
estes equipamentos para poderem usá- los em sala de aula com eficácia.
CAPÍTULO 08 - A Aula como Forma de Organização do Ensino
A aula é a forma predominante de organização do processo de
ensino. Neste capítulo, o professor Libâneo explica o conjunto de meios e
condições necessárias para realizarmos um conjunto de aulas, estruturando sua
relação entre tipos de aulas e métodos de ensino.
Características gerais da aula
Abaixo, o autor determina algumas exigências a serem seguidas
nas aulas:
1. Ampliação do nível cultural e científico dos alunos.
2. Seleção e
organização das atividades para prover um ensino criativo e independente.
3. Empenho na formação dos métodos e hábitos de estudo.
4. Formação de
hábitos, atitudes e convicções ligadas à vida prática dos alunos.
5. Valorização da sala de aula como meio educativo.
6. Formação do espírito de coletividade, solidariedade e
ajuda mútua sem esquecer o individual.
Estruturação didática
da aula
A estruturação da aula deve ser
indicada por etapas, planejadas e organizadas para favorecer o ensino e
aprendizagem. Portanto, é importante no planejamento da aula que este processo
seja criativo e flexível por parte do professor. Estes passos ou etapas
didáticas da aula são os seguintes:
a. Preparação e introdução da
matéria - visa criar as condições de estudo, motivacionais e de atenção.
b. Tratamento didático da matéria
nova - se os passos do ensino não são mais que funções didáticas, este tratamento
já esta sendo feito. Tem-se que entender que a assimilação da matéria nova é um
processo de interligação entre percepção ativa, compreensão e reflexão, sendo o
processo de transmissão-assimilação a base metodológica para o tratamento
didático da matéria nova.
c. Consolidação e aprimoramento dos
conhecimentos e habilidades - este é um importante momento de ensino e muitas
vezes menosprezado ou diminuído na escola. A consolidação pode acontecer em
qualquer etapa do processo didático, podendo ser reprodutiva, de generalização
e criativa.
d. A aplicação – esta fase é a
culminância do processo de ensino. Seu objetivo é estabelecer vínculos entre os
conhecimentos e a vida.
e. Controle e avaliação dos
resultados escolares – esta função percorre todas as etapas de ensino,
cumprindo três funções: a pedagógica, diagnóstica e de controle. A integração
destas funções dá à avaliação um caráter mais geral e não isolado.
Tipos de aulas e métodos de ensino
Neste estudo, o autor coloca que,
na concepção de ensino, as tarefas docentes visam a organização e assimilação
ativa. Isto significa que as aulas podem ser preparadas em correspondência com
os passos do processo de ensino. Neste sentido, pode-se ter aulas de preparação
e introdução, início de uma unidade, aula de tratamento sistematizado da
matéria nova, consolidação, verificação da aprendizagem. Conforme o tipo de
aula escolhe-se o método de ensino. A tarefa de casa Esta tarefa é um
importante complemento das atividades didáticas de sala de aula. O autor considera
que esta tarefa cumpre também uma função social integrando a família às
atividades escolares, integrando os pais aos professores. Estas tarefas não
devem ser apenas exercícios, devem ser também preparatórias ou de
aprofundamento da matéria.
CAPÍTULO 09 - A Avaliação Escolar
A avaliação
escolar é abordada em minúcias neste capitulo pelo autor. A avaliação é em
última análise uma reflexão do nível qualitativo do trabalho escolar do
professor e do aluno. Sabe-se também que ela é complexa e não envolve apenas
testes e provas para determinar uma nota.
Uma definição de
avaliação escolar
Segundo o professor Cipriano C. Luckesi, a avaliação é uma
análise quantitativa dos dados relevantes do processo de ensino aprendizagem
que auxilia o professor na tomada de decisões. Os dados relevantes aqui se
referem às ações didáticas. Com isto, nos diversos momentos de ensino a
avaliação tem como tarefa: a verificação, a qualificação e a apreciação
qualitativa. Ela também cumpre pelo menos três funções no processo de ensino: a
função pedagógica didática, a função de diagnóstico e a função de controle.
Avaliação na prática
escolar
Lamentavelmente a avaliação na escola vem sido resumida a
dar e tirar ponto, sendo apenas uma função de controle, dando a ela um caráter
quantitativo. Certamente, com isto, os professores não conseguem efetivamente
usar os procedimentos de avaliar. Com estas ações, quando a avaliação se resume
a provas, professores com critérios onde décimos às vezes reprovam alunos, há a
exclusão do professor do seu papel docente, que é de fornecer os meios
pedagógico-didáticos para os alunos aprenderem sem intimidação. Características da avaliação escolar :
Agora, o autor
sintetiza as principais características da avaliação escolar.
a. Reflete a unidade objetivos-conteúdos-métodos.
b. Possibilita a
revisão do plano de ensino.
c. Ajuda a
desenvolver capacidades e habilidades.
d. Volta-se para a atividade dos alunos.
e. Ser objetiva.
f. Ajuda na autopercepcao do professor.
g. Reflete valores e expectativas do professor em relação
aos alunos.
Esta frase marca este subtítulo "A avaliação é um ato
pedagógico". (Libâneo, 1994, p.203).
de verificação do
rendimento escolar
Uma das funções da avaliação é com certeza a de determinar
em que nível de qualidade está sendo atendido os objetivos; para este fim, são
necessários instrumentos e procedimentos. Alguns destes procedimentos ou
instrumentos já são conhecidos, mas, neste subtítulo, o autor revisa e cita
muitos deles ou os mais usados para verificar o rendimento escolar:
1. Prova escrita dissertativa.
1. Prova escrita de questões objetivas.
1. Questões certo-errado (C ou E).
1. Questões de
lacunas (para completar).
1. Questões de correspondência.
1. Questões de múltipla escolha.
1. Questões do tipo "teste de respostas curtas" ou
de evocação simples. 1. Questões de interpretação de texto.
1. Questões de ordenação.
1. Questões de identificação.
1. Procedimentos auxiliares de avaliação
11.1 A Observação;
2. A Entrevista;
2. Ficha sintética de dados dos alunos.
Atribuição de notas ou conceitos
As notas demonstram de forma
abreviada os resultados do processo de avaliação. Esta avaliação tem também uma
função de controle, expressando o resultado em notas e conceitos. O autor fala
também da importância de se valorizar todas as formas de avaliação, ou
instrumentos, e não apenas a prova no fim do bimestre como grande nota
absoluta, que não valoriza o processo. Propõe uma escala de pontos ensinando
como utilizar médias aritméticas para pesos diferentes, por fim, mostra como se
deve aproximar notas decimais.
CAPÍTULO 10 - O Planejamento
Escolar
O autor começa este capítulo
dizendo que o planejamento, ensino e a avaliação são atividades que devem supor
conhecimento do processo de ensino e aprendizagem. O planejamento escolar
propõe uma tarefa ao professor de previsão e revisão do processo de ensino
completamente.
Há três modalidades de planejamento: o plano
da escola, o plano de ensino e o plano de aulas.
Importância do planejamento escolar
O planejamento do trabalho
docente é um processo de racionalização, organização e coordenação da ação do
professor, tendo as seguintes funções: explicar princípios, diretrizes e
procedimentos do trabalho; expressar os vínculos entre o posicionamento
filosófico, político, pedagógico e profissional das ações do professor;
assegurar a racionalização, organização e coordenação do trabalho; prever
objetivos, conteúdos e métodos; assegurar a unidade e a coerência do trabalho
docente; atualizar constantemente o conteúdo do plano; facilitar a preparação
das aulas. Tem-se que entender o plano como um guia de orientação devendo este
possuir uma ordem sequencial, objetividade e coerência entre os objetivos
gerais e específicos, sendo também flexível.
Requisitos para o planejamento
Os principais requisitos para o
planejamento são os objetivos e tarefas da escola democrática; as exigências
dos planos e programas oficiais; as condições prévias dos alunos para a
aprendizagem; e as condições do processo de transmissão e assimilação ativa dos
conteúdos.
O plano da escola
O plano de escola é um plano
pedagógico e administrativo que serve como guia de orientação para o
planejamento e trabalho docente. O autor descreve os passos para a realização
de um plano da escola, as principais premissas e perguntas que devemos formular para sua
elaboração são: posicionamento da educação escolar na sociedade; bases
teórico-metodológicas da organização didática e administrativa; características
econômicas, social, política e cultural do contexto em que a escola está
inserida; características socioculturais dos alunos; diretrizes gerais sobre
sistema de matérias, critério de seleção de objetivos e conteúdos; diretrizes
metodológicas, sistemáticas de avaliação; diretrizes de organização e
administração.
O plano de ensino
O autor afirma o plano de ensino
como o roteiro detalhado das unidades didáticas. Podemos chamar também de plano
de curso ou plano e unidades didáticas. Este plano de ensino é formado das
seguintes componentes:
a. Justificativa das disciplinas;
b. Delimitação dos conteúdos;
c. Os objetivos gerais;
c. Os objetivos específicos;
d. Desenvolvimento metodológico;
e. Conteúdos;
g. Tempo provável;
h. Desenvolvimento metodológico.
O plano de aula
O plano de aula é certamente um
detalhamento do plano de ensino, é uma especificação do mesmo. O detalhamento
da aula é fundamental para obtermos uma qualidade no ensino, sendo assim o
plano de aula torna-se indispensável. Em primeiro lugar, deve-se considerar que
a aula é um período de tempo variável, sendo assim, as unidades devem ser
distribuídas sabendo se que às vezes é preciso bem mais do que uma aula para
finalizar uma unidade ou fase de ensino. Nesta preparação, o professor deve
reler os objetivos gerais das matérias e a sequencia dos conteúdos; desdobrar
as unidades a serem desenvolvidas; redigir objetivos específicos por cada
tópico; desenvolver a metodologia por assunto; avaliar sempre a própria aula. CAPÍTULO 11 - Relações Professor-Aluno na
Sala de Aula
Um fator fundamental do trabalho docente trata
da relação entre o aluno e o professor, da forma de se comunicar, se relacionar
afetivamente, as dinâmicas e observações são fundamentais para a organização e motivação
do trabalho docente.
O autor chama isto de
"situação didática" para alcançarmos com sucesso os objetivos do
processo de ensino.
Aspectos
cognoscitivos da interação
O autor define como cognoscitivo
o processo ou movimentos que transcorre no ato de ensinar e no ato de aprender.
Sob este ponto de vista, o trabalho do professor é um constante vai e vem entre
as tarefas cognoscitivas e o nível dos alunos. Para se ter um bom resultado de
interação nos aspectos cognoscitivo deve-se: manejar os recursos de linguagem;
conhecer o nível dos alunos; ter um bom plano de aula; objetivos claros; e
claro, é indispensável o uso correto da língua Portuguesa.
Aspectos
sócio-emocionais
Estes aspectos são os vínculos
afetivos entre o professor e os alunos. É preciso aprender a combinar a
severidade e o respeito. Deve-se entender que neste processo pedagógico a
autoridade e a autonomia devem conviver juntas, a autoridade do professor e a
autonomia do aluno, não de forma contraditória comum pode parecer mais de forma
complementar.
A disciplina na classe
Uma das grandes
dificuldades em sala de aula é a chamado "controle da disciplina".
Não existe uma fórmula mágica para esta tarefa, mas o autor coloca que a
disciplina na classe está tão diretamente ligada à prática docente, quanto à
autoridade profissional, moral e técnica do professor. Este conjunto de
características é que vai determinar a disc
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