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segunda-feira, 23 de março de 2015

A MÚSICA COMO RECURSO DIDÁTICO

A CONSTRUÇÃO DO CONHECIMENTO USANDO A MUSICA COMO RECURSO DIDÁTICO


A prática musical estimula a percepção, a memória e a inteligência desenvolvendo no “ser” a capacidade de assimilação de conteúdos por meio da sensibilidade. O lado afetivo-emocional, quando tocado, contribui para a construção do conhecimento à base da motivação, principalmente quando o educando consegue relacionar letras e sons, trabalhados junto à música com a realidade cognitiva construída em sala. Essa discussão procura viabilizar um debate mais amplo sobre a música e suas possibilidades didáticas. No Ensino Fundamental professores “praticam” o ato musical, veiculando letras relacionadas com conteúdos específicos, obtendo de seus educando bons resultados e muita motivação para o aprendizado no ambiente escolar, tendo a arte como “pilar” essencial. O antropólogo americano Alan P. Merrian formulou a teoria da etnomusicologia com a qual defende que a música é um poderoso meio de interação social produzida por especialistas para outras pessoas. É cada vez mais visível que em diversas áreas do aprendizado pouco ainda se é utilizado o recurso artístico como ferramenta didática. Mesmo com evidências de sucesso, nos momentos e espaços em que a música é praticada no auxílio da aprendizagem, ainda há pouco reconhecimento e pouco uso habitual no meio pedagógico. A Música é definida por Merriam como um meio de interação social, produzida por especialistas (produtores) para outras pessoas (receptores); o fazer musical é um comportamento aprendido, através do quais sons são organizados, possibilitando uma forma simbólica de comunicação na inter relação entre indivíduo e grupo (PINTO, 2001, p. 224)
No Brasil, um grave problema exige um maior cuidado para o uso competente das melodias e letras existentes na atualidade. Em momento que a produção musical, em torno de letras e melodias, tem dado mais atenção às exigências de mercado do que as necessidades culturais encontra-se dificuldade na localização de conteúdos úteis ao fazer pedagógico. Incentivar o educando a compreender a importância de uma boa composição é necessário para mudar o cenário em que a música está sendo utilizado, principalmente como recurso mercantilista. É urgente a necessidade de reavaliar o conceito de cultura para que o seu entendimento seja justo e habite no que realmente ele é, e não apenas uma ilusão construída pelo mercado em busca do lucro. É fundamental que haja uma releitura do contexto musical enquanto cultura, e que a mesma seja constantemente utilizada como ferramenta didática no processo de construção do conhecimento. Ampliar o conhecimento de experiências vividas e bem sucedidas facilitará na conscientização e motivação de educadores dispostos a trabalhar com a música na sala de aula no Ensino Fundamental. A resistência de muitos profissionais, por não acreditarem na eficácia da música no Ensino Fundamental, afasta ainda mais este recurso dos educando. É preciso o aprofundamento, a socialização de experiências e a incorporação didática no currículo, para que a prática da música estimule o educando a observar, questionar, investigar e entender o meio em que vivem os eventos do dia a dia e as competências da profissão por meio da musicalidade. A socialização dos bons resultados obtidos, com o uso da música como ferramenta didática, estimulará os educadores do Ensino Fundamental a desenvolver outro olhar, mais receptiva e de crença para as práticas educacionais que envolvem a musicalidade. Estas práticas se aproximando do conhecimento científico e ganharão credibilidade, ao mesmo tempo em que motivarão educadores que enxergam a arte como uma possibilidade para crescimento cognitivo. A música é uma linguagem universal e em diversos momentos da história contribuiu para o aperfeiçoamento do comportamento humano e os seus benefícios não devem ser privilégio de poucos, afinal a música é um bem cultural produzido pela humanidade e deve ser voltada para ela mesma, principalmente para base social que se concentra na educação.

FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

O conceito de música, desenvolvido por Duarte (2008), não está apenas na combinação de sons, mas no produto de longas e incontáveis vivências coletivas e individuais com a experiência de civilizações diversas ao longo da história. E nesse movimento, para ele, é possível mapear os sentidos embutidos numa obra musical relacionando textos e contextos tendo como resultado principal, a produção do conhecimento.
O educando mesmo sem conhecimento técnico possui dispositivos, alguns inconscientes, que permitem o diálogo com a música. Esses dispositivos são verdadeiras competências de caráter espontâneo ou científico que despertam a compreensão de aspectos técnicos.

 Qualquer que seja nosso comportamento diante da música, de alguma maneira nos apropriou dela e criamos algum tipo de representação sobre a mesma. Sabemos da alegria que os jovens encontram em comunicar-se com outros jovens e pessoas, graças as suas músicas, executadas ou simplesmente ouvidas, pois vivem, acolhem e levam em conta à diversidade cultural, o que lhes parece com frequência ser o valor essencial na escuta e nas atividades musicais. Com isto, conseguem dividir e se respeitar, pois cada um pode ter a sua parte de colaboração na música, como executor ou audiência, fazendo parte de um movimento cultural e criando uma identidade para o grupo. (DUARTE, 2011)

Para Duarte (1997) a música vai muito além do que a combinação das notas musicais, pois está presente até nos ruídos dos passos, sons, ou seja, tudo que se produz som é música, e com o legado histórico não se pode haver espantos com a riqueza das músicas, ainda que o poder comercial dite regras e haja tendências musicais que pareçam não contribuir com o crescimento e formação intelectual do indivíduo, novas experiências vão existir, novos ritmos, quer sejam concretos ou abstratos.
O movimento com a música motiva os educando, a partir do momento que é ela, a música, o elemento próximo das realidades cotidianas. O simples fato do educando perceber um violão na sala, um aparelho de rádio, uma flauta ou qualquer outro recurso sonoro, faz o entender que a aula vai ser diferente, mais dinâmica e mais prazerosa do que eles estão muitas vezes acostumados a enfrentar: a verdadeira ”tortura intelectual”.
A importância e funcionalidade da música no Ensino Fundamental, é motivar educadores a utilizar este recurso, como mais um elemento didático e acreditar em seus resultados. A música é mais uma estratégia facilitadora no desenvolvimento da inteligência, na integração do ser e no aprimoramento de habilidades e competências exigidas pela pelo processo de ensino-aprendizagem.

Neste viés, pode se acreditar em uma prática mais útil do que admirável, e que os educadores podem sim, mergulhar em experiências bem sucedidas para multiplicar o fazer pedagógico ligado à sonoridade em suas diversas expressões. Mesmo reconhecendo problemas diversos em um sentido mais pragmático são visíveis as inúmeras possibilidades de construção, desenvolvimento da criatividade e motivação para o lado artístico que podem morar em cada ser humano. A vida escolar desde as séries mais básicas até os mais altos níveis científicos implicam em complexidade e a música já provou o seu potencial em apoiar o desvendar destas complexidades. A música como um Recurso Didático na Produção do Conhecimento tem trazido efeitos positivos e promete ainda mais contando com a disposição dos educadores e das unidades escolares.

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