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sábado, 21 de março de 2015

A CRIATIVIDADE MUSICAL COMO ELEMENTO INTERDISCIPLINAR
 A música insere-se como elemento criativo, subjetivo, emocional e interdisciplinar, fazendo parte da educação, pois a música é veículo pedagógico sempre presente desde os primórdios da humanidade, sendo que na educação formal ela se faz presente desde os tempos pretéritos da cultura clássica grega, a qual tinha na música o seu principal apanágio educativo e de formação cultural, contribuindo na organização social, construção de valores e formação do cidadão.
A música auxilia na aprendizagem de várias matérias. Ela é componente histórico de qualquer época, portanto oferece condição de estudos na identificação de questões, comportamentos, fatos e contextos de determinada fase da história. Os estudantes podem apreciar várias questões sociais e políticas, escutando canções, música clássica ou comédias musicais. O professor pode utilizar a música em vários segmentos do conhecimento, sempre de forma prazerosa, bem como: na expressão e comunicação, linguagem lógico-matemática, conhecimento científico, saúde e outras. Os currículos de ensino devem incentivar a interdisciplinaridade e suas várias possibilidades. [...] A utilização da música, bem como o uso de outros meios, pode incentivar a participação, a cooperação, socialização, e assim destruir as barreiras que atrasam a democratização curricular do ensino. [...] A prática interdisciplinar ainda é insípida em nossa educação (CORREIA, 2003, p. 84-85).

Portanto, incentivar a criatividade por meio da música é uma atividade muito salutar e promissora em ambiente onde se pratica o ensino-aprendizagem. Sabe-se que mesmo não se obtendo muita informação sobre o tema, pode-se dizer, sem temor de engano, que a música oferece bons instrumentos à criatividade e vice-versa, pois ela traz consigo o inusitado.
Na realidade, todos os pedagogos enfrentam um grande desafio de difícil solução. Por um lado existe a necessidade de exercitar a reflexão lógica e racional; em contra partida, estimular a capacidade criativa dos educando. Têm-se, de um lado o rigor mental e intelectual versus a subjetividade, emoção e liberdade de expressão, portanto se faz necessário descobrir o equilíbrio entre os campos. Quanto mais estudarmos o tema criatividade e tudo o que a envolve, mais aceitável e procedente serão suas intervenções. Para instigar a criatividade, é necessário provocar os alunos com pensamentos instigadores. Uma boa estratégia é transformar as informações em projetos que a turma poderá desenvolver. Nesse caso os estudantes poderão desenvolver suas ideias ao invés de recebê-las prontas. Além disso, é importante fazer com que o educando  num primeiro momento  internalize os conteúdos, sejam eles de várias naturezas, e posteriormente externalize-os, sendo que um instrumento eficaz para tanto pode ser sugerido por meio da música e seus elementos inter e multidisciplinares, bem como a aplicação de sua natureza emocional e racional, as quais proporcionam a criatividade, fazendo a elaboração e (re) elaboração dos saberes e consequentemente sua interferência no processo ensino-aprendizagem.
De acordo com os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN), o ensino da música  tem por objetivos gerais abrir espaço para que os alunos possam se expressar e se comunicar através dela, bem como promover experiências de apreciação e abordagem em seus vários contextos culturais e históricos. A proposta é trazer para sala de aula interpretações de musicas já existentes, para que os alunos possam vivenciar o processo de expressão individual e grupal, não se esquecendo de fazer conexões com a localidade e a identidade cultural dos alunos, permitindo-lhes também improvisar, compor, observar e analisar suas estratégias e de seus colegas nas atividades de produção.
A proposta de Villa-Lobos era ensinar a musica através do canto orfeônico valorizando as canções populares folclóricas. Com isso Villa-Lobos tinha em mente o objetivo de fazer com que principalmente crianças de cinco a quatorze anos aprendessem a ouvir e desenvolver um gosto pela música.
Villa-Lobos deixa claro que sua proposta não é de formar músicos instrumentistas, ele argumenta que não a mercado para estes pois o publico não interessa em ouvir a musica como manifestação artística devido à educação musical que a maioria da população não tem ou tiveram acesso (PAZ, Ermelinda, Pedagogia Musical Brasileira no Século XX. p. 14).
O uso de canções folclóricas para a prática musical é também uma proposta de Kodaly que fez pesquisas pela Hungria onde coletou canções populares de transmissão oral para que estas canções pudessem ser ensinadas com objetivo de resgatar a cultura e ensinar a música através do canto.
O canto é um dos instrumentos mais usados pelos educadores musicais tanto os brasileiros quanto os estrangeiros. Isso por motivos de ter o fácil acesso e por desenvolver a percepção musical.
A principio o objetivo dos educadores musical não é o de formar músicos técnicos ou teóricos e sim formar apreciadores musicais e praticantes da música.
“O mais importante e o primeiro ensinamento que a criança deve adquirir é a consciência do ritmo” (Pedagogia Musical Brasileira no Século XX. PAZ, Ermelinda p.14). Este pensamento de Villa-Lobos caracteriza que em sua visão o ritmo é o principio da prática musical. Apesar de ser de maneira diferente todos educadores musicais dão ênfase ao ritmo mas Dalcroze e Sa Pereira trabalham com o movimento do corpo enquanto Villa-Lobos trabalha mais de uma forma tradicional fazendo uso do metrônomo já Gramani ao invés de trabalhar o ritmo como algo horizontal ele trabalha mais de modo vertical desconsiderando barras de compasso e fazendo uso de sobreposições de vozes e contraponto.
Em práticas de aula a importância dada ao canto, a música folclórica, a música como algo sonoro, ao jogo e ao ritmo, tem um efeito musical muito bom pois as aulas possuem um desenvolvimento musical muito abrangente e que fica implícito nas atividades, por exemplo em uma simples brincadeira de roda pode-se trabalhar com o pulso, dinâmica, memória musical, improviso, etc. Fazendo com que haja uma aprendizagem intuitiva e espontânea.

É importante destacar que o trabalho com práticas em formas de jogo faz parte da proposta de Call Orff e Sa Pereira, que em suas propostas fazem uso do caráter lúdico para que a aprendizagem fique prazerosa e natural.A criatividade, a composição e o movimento do corpo são muito trabalhados em aulas fazendo-se uso de brincadeiras de roda onde há principalmente o movimento do corpo  com uso da criatividade e da composição seja ela musical ou não.Fundamenta-se, portanto, no desenvolvimento da criatividade, da experimentação e da auto expressão, alcançadas através de atividades de improvisação e composição. Nesse processo, o trabalho centra-se quase que exclusivamente na manipulação e experimentação dos mais diferentes materiais, utilizando-se desde o som de papéis, plásticos, vidros, enfim, material de sucata em geral, até o som de sintetizadores e computadores. Ao professor compete orientar o aluno, facilitando o processo de aprendizagem, "estimulando, questionando, aconselhando e auxiliando, ao invés de demonstrar e dizer" (SWANWICK, 1988, p.14)2. Alem disso há também o uso de sons aleatórios e ritmos normalmente não usuais pelos educadores da primeira geração.

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