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terça-feira, 31 de janeiro de 2012

ENSINO FUNDAMENTAL NOVE ANOS

Ensino Fundamental de nove anos
O grande desafio posto à escola pública contemporânea é a  qualidade da educação.  A ampliação do Ensino Fundamental de nove anos, como política afirmativa de equidade social, é uma ação que promove o acesso e permanência do aluno nos espaços de aprendizagem bem como a democratização do conhecimento, visando à superação de uma escola excludente. Entretanto, a chave para a  inclusão ou exclusão deste sujeito aprende-te na escola é responsabilidade de todos os gestores, professores, coordenadores pedagógicos, pessoal de apoio, pais e comunidades para  juntos fazermos uma educação de participação popular, numa perspectiva ética, estética, humana e solidarísta.
A implantação do Ensino Fundamental de nove anos nas redes de ensino toma como eixos norteadores: a equidade e qualidade da  educação, a permanência da criança nas escolas, a democratização do  acesso ao  conhecimento e aos níveis escolares que garantirá as crianças das classes populares o ingresso e a continuidade de um  processo educativo respeitoso e construindo com bases nas múltiplas dimensões e na especificidade do tempo da infância.
Cada fase ou série do Ensino Fundamental terá uma carga horária anual de 800 horas, com o mínimo de 200 dias letivos de efetivo trabalho escolar. A atividade escolar deve ser desenvolvida, numa jornada mínima de 4 horas, envolvendo professores e alunos em salas de aulas ou em espaços da escola e da comunidade como: bibliotecas, laboratórios, quadras de esportes, pátios etc...
O objetivo da implantação do Ensino Fundamental de nove anos é o direito  à educação a todas as crianças com  seis anos de idade das classes populares nas escolas, contribuindo na redução da vulnerabilidade daquelas que são expostas a situações de risco, a democratização do conhecimento, a permanência na escola, o acesso das crianças até o nível  escolar mais elevado.
Deve ser considerado com  a implantação do Ensino Fundamental de nove anos a reorganização do Ensino Fundamental não apenas no 1º ano, mas sim a toda estrutura de nove anos, planejar a oferta de vagas, número de salas de aulas, número de professores e profissionais de apoio, adequação de material pedagógico, estabelecer políticas de formação continuada para professores, gestores, e profissionais de apoio, revisão de projetos político pedagógico da escola, etc...
A cada idade corresponde uma forma de vida que tem valor, equilíbrio, coerência. Cada idade corresponde a problemas e conflitos reais, pois o tempo todo o criança enfrenta situações novas, Snyder disse: “incentivar a criança a gostar de sua idade, a desfrutar seu presente”.
O saber fazer pedagógico do professor precisa ser objetivo, de  reflexão de estudos, planejamento, de ações coletivas no interior da escola, de modo intimamente ligado às vivências cotidianas. Torna-se uma formação sensível aos aspectos da vida diária do profissional (professor), principalmente no tocante as capacidades, atitudes, valores, princípios e concepções que norteiam a prática pedagógica fazendo com que esse profissional esteja sintonizado com os aspectos relativos aos cuidados e educação dessas crianças, sendo portador e receptivo ao conhecimento das diversas dimensões que as  constituem no seu aspecto físico, cognitivo- linguístico, emocional, social e afetivo.
As  escolas necessitam reorganizar a sua estrutura, as formas de  gestão, os ambientes, os espações, os tempos, os materiais, os conteúdos, as metodologias, os objetivos, planejamentos, avaliações de sorte que a criança se sinta inseridas e acolhidas num ambiente, prazeroso e propício à aprendizagem. Assegurando que não haja ruptura na transição da educação infantil para a educação fundamental, não provocando  impactos negativos no seu processo de escolarização. Não há uma idade cronológica e definidora da maneira de ser criança e de sua entrada no ensino fundamental, experiências práticas, construíram uma ideia de criança de seis anos que distinguem da outras faixas etárias. São elas as imaginárias, curiosas, o movimento e o desejo de aprender aliada as suas forma de conhecer o mundo por meio de brincar. Nessa faixa etária apresenta grandes possibilidades de aprender os conhecimentos de mundos, estruturando seus pensamentos e fazendo uso de múltiplas linguagens, fazendo com que ela participe de jogos que envolvem regras e se apropriam de conhecimentos, valores e práticas sociais, construídos na cultura.
A matriz curricular para o Ensino Fundamental de nove anos exige:
A elaboração de  Novas Diretrizes Curriculares Nacionais  pelo  CNE, reelaboração das Propostas  Pedagógicas das Secretarias de Educação e atualização dos Projetos Pedagógicos das Escolas. Ai poderá avaliar e verificar a Escola que esta oferecendo um ensino de qualidade a todos, assumindo a validação como princípio processual, diagnóstico, participativo, formativo e redimensionador da ação pedagógica, rompendo com práticas pedagógicas  tradicionais de avaliação limitada a resultados finais traduzidos em notas ou conceitos.
D acordo com o MEC fica organizado o Ensino Fundamental de nove anos segundo a Lei de Diretrizes, ART. 23.
“a educação básica poderá organizar-se em séries anuais, períodos semestrais, ciclos, alternância regular de períodos de critérios ou forma diversa de organização, sempre que o interesse do processo de aprendizagem assim recomendar”.
A Lei que ampara o Ensino Fundamental de nove anos e que tem um histórico que fundamenta são elas:
Lei n: 4.024/1996 estabelece a obrigatoriedade de  quatro anos para o Ensino Fundamental.
Acordo com  a Ponta Del Este e Santiago/1970 estende para seis anos o Ensino Fundamental para todos os brasileiros.
Lei cinco. 692/1971 amplia obrigatoriedade do E. F para oito anos.
Lei 9.394/1996 obrigatoriamente o E. F para nove anos e iniciar-se aos seis anos de idade.
Lei 10.172/2001 aprova o Plano Nacional de Educação (PNE), cujos objetivos foram:
"oferecer maiores oportunidades de aprendizagem no período de escolarização obrigatória e assegurar que, ingressando mais cedo no sistema de ensino, a criança prossiga nos estudos, alcançando, maior nível de escolaridade”.
Projeto de Lei 144/2005/2006 altera o art.32 da Lei 9394/96 que estabelece as Diretrizes bases da Educação Nacional, ampliando o Ensino Fundamental de oito para nove anos e estabeleceu que  Estados, Municípios  e Distrito Federal teriam até 2010 para programar a nova configuração do Ensino Fundamental.
Lei 11.114/2005 altera os art.6,30 e 87 Lei n: 9.394/96 torna obrigatório o início do Ensino Fundamental aos seis anos de idade.
Art. 6 reza que:" é dever dos pais ou responsáveis efetuar a matricula dos menores, a partir de seis anos de idade no Ensino Fundamental".
Resolução n: três do Conselho Nacional de Educação define no art. 2 que: "a organização do Ensino Fundamental de nove anos e da Educação Infantil adotaria a seguinte nomenclatura:
Educação Infantil  até cinco anos de idade
Creche até três anos
Pé- escola 4 a 5 anos
Educação Fundamental  até 14 anos de idade com nove anos de duração
Anos iniciais 6 a 10 anos com quatro anos de duração
Anos finais   11 a 14 anos com cinco anos de duração
A razão que levou o Ensino Fundamental ser ampliando para nove anos  com inclusão das crianças de seis anos de idade, foi os indicadores nacionais que apontaram que as crianças em idade escolar, 3,6%, não estavam matriculadas, 21,7% repetiam na mesma série e apenas 51% concluíam o Ensino Fundamental, acrescentou-se ainda que 2,8 milhões de crianças de 7 a 14 anos estavam trabalhando e 800 mil dessas crianças envolvidas em formas degradantes de trabalhos, inclusive prostituição infantil. Devido esses dados reforçaram ampliar o Ensino Fundamental para nove anos, permitindo aumentar o número de crianças no sistema educacional, beneficiando os setores populares, visto que as crianças majoritárias encontravam-se incorporadas no  sistema de ensino, pré-escola ou  ensino fundamental.
Então o Ensino Fundamental de nove anos é uma política afirmativa de equidade social implementada pelo Governo Federal, incluindo crianças de  seis anos de idade no Ensino Fundamental com duração de oito anos para nove anos.

quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

FICHAMENTO

FICHAMENTO
O que é fichamento?
Registro dos estudos de um livro ou de um texto
O que facilita um fichamento?
A execução dos trabalhos
Acadêmicos a assimilação dos
Conteúdos estudados
Tipos de fichamento:
Bibliográfico
Conteúdo
Citação
Estrutura do fichamento:
Assunto
Referencia
Autoria, titulo, local de publicação
E ano da publicação.
Fichamento bibliográfico
Descrição com comentário dos
Tópicos abordados em obra inteira
ou em parte
FICHAMENTO DE CONTEÚDO
É uma síntese das principais ideias contida  na obra. O aluno elabora com suas próprias palavras a interpretação do que foi dito
FICHAMENTO DE CITAÇÕES
Transcrição textual: reprodução fiel da frases que se pretende usar 
na redação do trabalho


FICHAMENTO
       Levantamento bibliográfico
       Armazenamento de informações
       Embasamento teórico
       Dispêndio de tempo
       Metodologia de transcrição textual
       Anotações bibliográficas
       Prática entediante
Forma estrutural
       Cabeçalho
       Referências bibliográficas
       Corpo da ficha
       Local onde se encontra a obra
Capacidade de análise textual
       1 Nível: denotativo e parafrástico
       2 Nível: leitura polissêmica
       3 Nível: crítica
       4 Nível: problematização
Ficha bibliográfica X Ficha de leitura
       Registro de informações
       Anotações sobre tópicos da obra
       Citações diretas
FICHAMENTO DE TRANSCRIÇÃO
       Transcrição direta de até três linhas
       Transcrição direta com mais de três linhas


FICHAMENTO DE RESUMO
       Idéias principais
       Compreensão textual
       Elaboração textual
       Método analítico
REALIZAÇÃO DE SÍNTESE
Supressão
Generalização
Seleção
FICHAMENTO DE COMENTÁRIO
Avaliação da obra
Conceitos abordados
Ideias que fundamentam  o texto
Organização do texto
REFERÊNCIA:
       MEDEIROS, João Bosco. Redação científica: a prática de fichamentos, resumos, resenhas. 10.ed. São Paulo: Atlas, 2008.










TEXTO e TEXTUALIDADE

TEXTO e TEXTUALIDADE
Prof: JOSÉ RAIMUNDO CARVALHO (IFPA)
O que é TEXTO?
Quando fala-se de texto distingue-se o uso da linguagem verbal (poema, romance,...), e não verbal/visual e imagético (pintura, desenho...) que tem significado (conjunto das partes que ligam umas a outras) e intenção.
Unidade da linguagem em uso: informativa, emotiva, apelativa, fática, metalinguística, critica e outras, passiveis de análise, interpretação e compreensão;
Texto não é um aglomerado de frases: É preciso haver uma lógica garantida por dois mecanismos pequenos, que são a pedra no sapato de muita gente (coesão e coerência);
A Ocorrência linguística falada ou escrita de qualquer extensão, dotada de uma unidade sócio comunicativa, semântica e formal;
Unidade Sócio Educativa
Existe uma série de fatores pragmáticos que contribuem para a construção e reconhecimento do texto, ou seja, para sua produção e recepção.
I- As intenções do produtor/redator;
II- O jogo de imagens mentais que cada um dos interlocutores faz de si, do outro, e do outro com relação a si mesmo e ao tema do discurso/texto;
III- O espaço da perceptividade visual da comunicação;
IV- O contexto sociocultural em que se insere o discurso, delimitando os conhecimentos compartilhados pelos interlocutores (tom de voz, postura ...);
Unidade Semântica
O texto pode ser percebido pelo receptor como um todo significativo: A coerência – responsável pelo sentido do texto.
O texto é coerente, quando apresenta uma configuração conceitual compatível com o conhecimento de mundo do receptor/leitor que precisa deter os conhecimentos necessários a sua interpretação.
A coerência do texto deriva de sua lógica interna e o conhecimento de mundo de quem processa o discurso/texto.
Grande parte destes conhecimentos necessários não vem explícita, mas fica dependente da capacidade de pressuposição e inferência do receptor/leitor.
Unidade Formal e Material
Elementos linguísticos devem se mostrar reconhecivelmente integrados, de modo a permitir que ele seja percebido como um todo coeso.
O texto será bem compreendido quando avaliado sob três aspectos:
I - pragmático: atuação informacional e comunicativa;
II - semântico-conceitual: coerência;
III - formal: coesão.
Contexto: encadeamento de idéias
Em um texto, é preciso que as partes se complementem, criando uma idéia central, algo mais abrangente: isso é o contexto. De modo geral, contexto é uma unidade linguística maior dentro da qual insere-se uma unidade linguística menor.
Exemplo:
       Um belo dia seu namorado comenta com você que ouviu alguém dizer que você disse que ele era um baixo. Você fica sem entender, faz um esforço de memória, e aí se lembra: sim, você disse mesmo.
       Mas foi assim: estavam todos na sala falando sobre música e alguém comentou sobre a existência de vários tipos de vozes: barítono, soprano, tenor, baixo... . Você, lembrando-se de como a voz do seu amor é grave, comentou, então, que ele deveria ser um baixo.
      “Baixo” no contexto da música significa grave. Num contexto moral, assume um tom pra lá de pejorativo. E, ainda, num contexto métrico, significa que ele é pequeno. E, só por causa de uma descontextualização.
      Contexto é uma coisa grande onde cabe uma coisa pequena. A palavra no contexto da frase, a frase no contexto do parágrafo, o parágrafo no contexto do texto, e o texto no...

TEXTUALIDADE
É o conjunto de características que fazem com que um texto seja um texto e não apenas amontoado de palavras e frases.
Fatores semânticos: coerência e coesão
Fatores pragmáticos: intencionalidade, aceitabilidade, situcionalidade,  informatividade e intertextualidade;
Coerência - A coerência resulta da configuração que assumem os conceitos e relações subjacentes à superfície textual. É considerada o fator fundamental da textualidade, porque é responsável pelo sentido do texto. Envolve não só aspectos lógicos e semânticos, mas também cognitivos, na medida em que depende do partilhar de conhecimentos entre os interlocutores.
Exemplo:
                1.   Quem tem uma foto importada de 1000 cc, que custa US$ 20.000,                  não vai expô-la ao trânsito de uma cidade como São Paulo.
                2.    Holyfield venceu a luta, apesar de ser o mais forte dos lutadores.
                OBS: Assim, a coerência do texto deriva de sua lógica interna  e o conhecimento de mundo de quem processa e concebe o discurso.
Coesão
A coesão é a manifestação linguística da coerência: é responsável pela unidade formal do texto, constrói-se através de mecanismos gramaticais e lexicais.
A Coesão de um texto, isto é, entre os vários enunciados, não é fruto do acaso, mas das relações de sentido que existem entre eles, em que as palavras assumem a função de conectivos ou elementos de coesão.
as preposições: a, de,para, com, por, etc.;
as conjunções: que, para que, quando,embora, mas, e, ou, etc.;
os pronomes: ela,ele, seu,sua, este, esse, aquele, que, o qual, etc.;
os advérbios: aqui, ai, lá, assim, etc.;


Exemplo de coesão num período composto.
               ¨Se as indústrias são poluentes, devem abandonar a cidade, para que as boas condições de vida sejam preservadas¨.
Platão e fiorin(1991)
Obs:
  1. A conjunção se na primeira oração, estabelece as condições que vai determinar a obrigação de as indústrias deixarem a cidade;
  2. A preposição a na oração principal indica o que deve ser abandonado;
  3. A conjunção para que indica a finalidade que se pretende atingir com a saída das indústrias;
A coerência e a coesão têm em comum a característica de promover a inter-relação semântica entre os elementos do discurso (conectividade textual).
                Ao lado da coerência, a coesão é outro requisito para que sua redação seja clara, eficiente.
     Exemplo:
O cão e a lebre
Um cão de caça espantou uma lebre para fora de sua toca, mas depois de longa perseguição, ele parou a caçada. Um pastor de cabras vendo-o parar, ridicularizou-o dizendo:
    “Aquele” pequeno animal é melhor corredor que você”.
                O cão de caça respondeu:
                “Você não vê a diferença entre nós: eu estava correndo apenas por um jantar, mas ela por sua vida.”
                Moral: ¨O motivo pelo qual realizamos uma tarefa é que vai determinar sua qualidade final¨.

Coerência
Observe o texto que segue:
Havia um menino muito magro que vendia amendoins numa esquina de uma das avenidas de São Paulo. Ele era tão fraquinho. que mal podia carregar a cesta em que
estavam os pacotinhos de amendoim. Um dia. na esquina em que ficava. um motorista. que vinha em alta velocidade, perdeu a direção. O carro capotou e ficou de rodas para o ar. O menino não pensou duas vezes. Correu para o carro e tirou de lá o motorista. que era um homem corpulento. Carregou-o até a calçada. parou um carro e levou o homem para o hospital. Assim, salvou-lhe a vida.
FATORES PRAGMÁTICOS

       Tipos de fala, contexto de situação, intenção comunicativa, características e crenças do produtor e receptor.
       Intencionalidade – fator pragmático -  Redator/produtor/emissor.
       Satisfazer os objetivos que tem em mente numa determinada situação comunicativa: informar, impressionar, alarmar, convencer, pedir, ofender, etc.

                 Aceitabilidade -  fator pragmático - receptor/recebedor/leitor (a quem? Para quem?)Conjunto de ocorrências de um texto coerente, capaz de levar o leitor a adquirir conhecimentos ou a cooperar com os objetivos do produtor. A aceitabilidade depende da autenticidade – qualidade, veracidade.
                Informatividade – (fator pragmático – Quantidade de informação – Suficientes para que seja compreendido com o sentido que o redator pretende. Não é possível nem desejável que o texto explicite todas as informações necessárias; é preciso que deixe inequívocos os dados para o receptor compreender a mensagem. O nível de informação ideal é o mediano, no qual se alternam ocorrências de processamento imediato, que falem do conhecido, mas que trazem informação. Discurso menos previsível – mais informativo recepção mais trabalhosa, mais envolvente). Discurso mais previsível – menos informativo ( tendência a rejeição).

Situacionalidade – fator pragmático – Diz respeito aos elementos responsáveis pela pertinência  e RELEVÂNCIA  - importância da informação – do texto quanto ao contexto em que ocorre. É a adequação do texto à situação sociocomunicativa. O contexto pode, realmente, definir o sentido do discurso e, normalmente, orienta tanto a produção quanto a recepção.
Intertextualidade – fator pragmático – Concerne aos fatores que fazem a utilização de um texto dependente de outro(s) texto(s). Inúmeros textos só fazem sentido quando entendidos  em relação a outros textos que  funcionam como contexto, pois um discurso constrói-se através de um já-dito em relação a outros textos, que funcionam como seu contexto.
Inferências: Idéia não exposta, mas subtendida. Conexões que o leitor faz (contexto), tentando alcançar uma interpretação do que lê ou ouve, estabelecendo uma relação não explícita no texto.
Focalização: É a maneira como cada leitor vê o  texto.
Ex.: Um médico, um advogado, um engenheiro.... lendo um romance. (cada um terá uma visão).
Conhecimento de mundo: o texto fala sobre o quê?
Conhecimento partilhado: necessário para a compreensão do  texto - emissor e receptor devem ter um conhecimento de  mundo com certo grau de similaridade, constituindo o conhecimento compartilhado.
Conhecimento lingüístico: é o conhecimento da gramática em si e sua aplicação dentro do texto para que possa  ser estabelecida a coerência.
Ex.: Uso de artigos, ordem das palavras, conjunções, tempos verbais....
Contextualização: Informações sobre localização, data e autor  (texto).
Num texto literário, a citação de outros textos é implícita, ou seja, um poeta ou romancista não indica  o autor e a obra donde retira as passagens citadas, pois pressupõe que o leitor compartilhe com ele um mesmo conjunto de informações a respeito de obras que compõem um determinado universo cultural. Os dados a respeito dos textos literários, mitológicos, históricos são necessários, muitas vezes, para compreensão global de um texto.”
       Basicamente, sempre que um texto faz alusão, cita ou dialoga com outro, temos uma relação intertextual.
A intertextualidade não acontece, necessariamente, apenas entre textos escritos. Pode ocorrer entre linguagens diferentes também. Um bom exemplo é a polêmica em torno das comparações entre O Código da Vinci, o filme e o livro. São dois tipos de linguagem diferentes, mas tratando de um mesmo assunto, e que obviamente guardam relação de sentido um com o outro.
                Conforme, as sábias palavras de Platão e Fiorin:
“Com muita frequência um texto retoma passagens de outro”. Quando um texto de caráter científico cita outros textos, isto é feito de maneira explícita. O texto citado vem entre aspas e em nota indica-se o autor e o livro donde se extraiu a citação.

segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

O Parágrafo

Garcia( 2000,p.203) define o parágrafo como "uma  unidade de composição, constituída por um ou mais de um período,em que se desenvolve ou se explana determinada ideia central, a que geralmente se agregam outras, secundárias mas intimamente relacionadas pelo sentido"
O conceito se aplica ao parágrafo padrão, que é constituído de  três partes essenciais: tópico frasal,desenvolvimento e conclusão.
As etapas prévias de um parágrafo
escolha de um assunto
delimitação do assunto
fixação do objetivo
A formulação do tópico frasal
Delimitado o assunto ,fixado o objetivo que deverá orientar o parágrafo, você poderá começar a escrever.
a) o autor inicia o parágrafo com uma declaração sucinta na qual apresenta o assunto e seu aspecto, que será desenvolvido no parágrafo. Podemos observar isso no exemplo a seguir:
Uma nova tecnologia que lê o DNA como um código de barras vai ajudar a identificar espécies de flora e fauna.A técnica usada o Canadá, distingue a porção de um  gene que é única em cada espécie.Além de funcionar como tira- teima para espécies difíceis de diferenciar por critérios morfológicos, os sistemas também vai facilitar a apreensão de novas plantas, animais e materiais pelo controle ambiental  (Galileu,n.196,p.33,nov 2007).
b) Definição:o autor abre o parágrafo com uma definição.(tópico frasal).É o que podemos notar no parágrafo a seguir , em que o autor define uma expressão.
"céu de brigadeiro" é uma gíria carioca foi popularizada pelos locutores de rádio. Ela é dita quando alguém pretende descrever um dia onde tudo parece conspirar a favor ou mesmo para dizer que o dia está bonito".Surgiu entre as décadas de 1940 e 1950 . Na época o Rio de Janeiro era a capital do Brasil, responsável por boa parte  do tráfego aéreo .Brigadeiro é o posto  máximo da Aeronáutica. E é um oficial que só comanda  um avião quando o céu está limpo, sem nuvens. Por isso, ao dizer que o céu estava "de brigadeiro" a intensão era reforçar que não  havia problemas à vista.( adaptação de aventuras na história, n.48,p.19,ago .2007)
c) Divisão: o tópico frasal é apresentado sob a forma de divisão ou discriminação das idéias que serão desenvolvidas no parágrafo. Existem duas situações quanto aos prazos relativos ao divórcio e as apresenta e as explana no desenvolvimento exemplo:
Quanto aos requisitos legais aos prazos relativos ao divórcio, existem duas situações. A primeira é ter decorrido um ano do trânsito em julgado da sentença que homologou a separação judicial, ou um ano da separação formalizada por meio  de escritura pública.
A segunda é o casal estar  comprovadamente separado de fato por mais de dois anos (adaptação de PONTES,Juliana Marcucci. Prática Judicária,n.66,p.66,set.2007).

Lingua Portuguesa

Escrever é uma atividade complexa, resultado de uma boa alfabetização, hábito de leitura, formação intelectual,acesso a boas fontes de informação e muita, muita prática.

Pensamento de ARISTÓTELES O Homem Como ser Animal Racional.

Para Aristóteles, o homem é o único animal que  possui razão, e a razão é que  lhe indica o útil e o  pernicioso, o que é justo e o que é injusto.Ao contrario do que pensava seu mestre Platão,Aristóteles valorizava os sentidos,dizendo que eles são o ponto de partida para o conhecimento e nos mostrando que tudo está em constante transformação.
A percepção do mundo sensível mostra que tudo se transforma continuadamente.Para dar conta disso, Aristóteles elabora as noções de ato (energia) e de potência(dynamis).A potência por outro lado, indica aquilo em que este ser se  transforma, sem no  entanto deixar de sê-lo.A semente de uma árvore que dela vai germinar. As mudanças e o movimento são o modo como as potencialidades do ser vão se atualizando, passando da potência ao ato(ARISTÓTELES,1999,p.56).
Podemos perceber que a mudança de ato para potência em quatro causas;
causa material: indica matéria  de que uma determinada coisa é feita como ,por exemplo,o tijolo com que se constrói uma casa.
causa formal: é essa que dá forma à matéria como ,por exemplo,a forma casa faz com que a matéria seja reconhecível  como casa.
causa motriz ou eficiente: é o que unifica a matéria e a forma como por exemplo, o pedreiro que trabalha com tijolos até que tenham a forma de uma casa.
causa final: é o que faz com que os tijolos passem a ser visto  como  casa, ou seja, a  transformação da potência em ato e essa  transformação sempre é movida por uma intenção, uma finalidade.
O homem é uma possibilidade, um ser de relações com o mundo, com outros homens e consigo mesmo.
Para Kierkegaard,o homem não está predestinado, mas sim possui um caminho de liberdade e indeterminação, motivo que o leva a uma constante angústia, pois toda decisão é incerta, portanto , um, risco.
Há três modo de vidas fundamentais:
1- estético: individuo que vive e goza cada momento.
2- ético: indivíduo correto com a família e aplicado ao trabalho.
3- religioso: individuo com consciência de fé.
Entretanto, entre as várias possibilidades , há uma diferente das outras,à qual o homem não pode escapar: trata-se da morte.
Como efeito, eu posso decidir dedicar a minha vida a um objetivo ou a outro, posso escolher uma profissão ou outra ,mas não posso deixar de morrer.( REALE,1991,p.586)

FILOSOFIA DA EDUCAÇÃO

O Ser Humano e sua Relação com o Mundo:Perspectiva Filosófica
O ser humano é complexo por natureza e formado por várias facetas.Compreende-lo nunca foi fácil, e na sociedade em que vivemos isso se  torna mais difícil, porém de extrema importância. Não conseguiremos falar em educação sem antes nos conhecermos melhor.
O homem é um ser que se relaciona social e politicamente, fala, trabalha, e muda o mundo em que vive e a si mesmo.
O filósofo francês Pascoal (1623-1662), escrevendo acerca da  questão do homem, em pensamentos, também interroga:: "afinal quem é o homem dentro da natureza?Nada  em relação ao infinito; tudo em relação ao nada; um ponto intermediário entre tudo e nada."
Nicola  Abbagnano,em seu Dicionário de Filosofia, diz que as  definições de homem podem ser divididos em:
1-definições que se valem do confronto entre o homem e DEUS;
2-definições que expressam uma característica ou uma capacidade própria do homem;
3-definições que expressam a capacidade de auto projetar-se como própria do homem.( ABBAGNANO,2000,p.512)

O Pedagogo no Ensino Fundamental

Para muitos,o ensino fundamental é o período mais importante  da vida escolar de uma pessoa,pois é ali que,realmente,se concretiza a estruturação dos conhecimentos científicos historicamente construídos pelos homens.
É claro que o conceito  daquilo que é mais importante chega a ser muito   subjetivo, contraditório, em alguns momentos. Tudo depende do ponto de vista.e como diria Millôr Fernandes , o ponto de vista é a vista através de um ponto.
Ensino Fundamental de 9 anos
O Ensino Fundamental é a etapa obrigatória da educação escolar brasileira.Até pouco tempo , essa etapa de ensino  tinha duração de oito anos.Com as leis 11.114, de 16 maio de 2005, e 11.274, de 06 de fevereiro de 2006,que promoveram alterações na lei dos 6 anos de idade.
O objetivo do Ensino Fundamental é a formação básica do cidadão, mediante:
      1- o desenvolvimento da capacidade de aprender , tendo como meios básicos o pleno domínio da leitura, da escrita e do cálculo.
       2- a compreensão do ambiente natural e social, do sistema político, da tecnologia, das artes e dos valores em que se fundamentam a sociedade;
       3- o desenvolvimento da capacidade de aprendizagem, tendo em vista a aquisição de conhecimentos e habilidades e a  formação de atitudes e valores.
      4- o fortalecimento dos vínculos de família, dos laços de solidariedade humana e de tolerância recíproca em que se assenta a vida  social ( BRASIL,1996,art.32)
Após as alterações  na LDB/96, o período correspondente ao Ensino Fundamental ficou com a seguinte configuração:
FAIXA ETÁRIA                                DURAÇÃO
Primeira fase: 06 a 10 anos                   5 anos
Segunda fase  11 a 14 anos                  4 anos
O cenário de mudança proposto ao Ensino Fundamental foi fruto de inúmeras discussões entre educadores brasileiros.Muitos foram os fatores que proporcionaram  tal mudança .Alguma delas:
necessidade das famílias em matricular os filhos mais cedo na escola;
permanência maior das crianças no espaço escolar;
garantia de um processo de aprendizagem mais amplo.
Os procedimentos educativos precisam ser adequados à faixa etária das crianças.Não basta possibilitar o acesso ao mundo letrado,pois a responsabilidade do pedagogo é garantir à criança meios para que ela possa interagir nesse mundo letrado, fazendo com que ela se torne sujeito participante do processo.

A Docência nos anos iniciais
Ser professor no ensino fundamental  requer algumas condições .Antunes afirma que:
o ato pedagógico , o mais nobre dos gesto de amor,é ministrado por professores,mas muitos creem que também médicos, engenheiros,mecânicos,meteorologistas,advogados ,sabe se la quem mais podem dar uma aula.Afinal, basta conhecer um assunto e ir la à frente falar sobre o mesmo......
Infelizmente poucos sabem que a verdadeira aula consiste em ensinar,aprender, treinar a atenção,desenvolver habilidades, fazer do conteúdo um instrumento para as descobertas de  soluções novas.A sociedade brasileira, com raras exceções,ainda não descobriu que se  existem aulas que não levam ninguém a lugar  algum, existem outras que constroem o ser humano e exploram  toda incrível potencialidade de suas  múltiplas inteligências.A verdadeira aula é um nobre ato.O ato pedagógico é um ato de amor.(ANTUNES,1998,p.31)
Para que a prática do professor seja estruturada, ele precisa planejar e executar suas ações de maneira coerente.Ensinar significa conduzir, instigar e nortear, propiciar a ação de aprendizagem.Um professor que não é dinâmico, que não faz planejamento , que é conformista e acomodado não consegue desperta no aluno o prazer de aprender.
O professor do ensino fundamental deve ser consciente, de que, além da assiduidade no trabalho a organização da prática pedagógica, deve  relacionar os conteúdos à vida  dos alunos. Para a efetivação de  tal  processo:        é  fundamental que o mediador dessa relação também tenha um domínio seguro deles, de sua ligação com a prática e com  os problemas concretos, que  saiba trabalhar os conteúdos como instrumentos conceituais para leitura da realidade, como ajuda para compreender o mundo cultural e social (LIBANÊO,2002,p.38).
De acordo com o referido autor, não basta fazer um roteiro dos conteúdos que serão trabalhados nas aulas, o professor precisa também domina-los, contextualiza-los, problematiza-los. Nada melhor do que relacionar tal conteúdo à própria vivência da criança.Agindo assim o professor terá um prática pedagógica que demostrará nas entrelinhas que ele ensina não apenas para cumprir o plano de curso da escola, mas ,sim, com o objetivo de que a aprendizagem do aluno de fato aconteça.
Uma das estratégias que mais se tem usado é o trabalho interdisciplinar,com projetos didáticos, por meio de temáticas que envolvam conteúdos de diferentes disciplinas, de modo que o conhecimento não fique fragmentado.É claro que haverá  situações onde tal compartilhamento seja necessário, mas que o ideal é que o professor construa circunstância de aprendizagens que deem sentido ao educando no ato de aprender.Além de todas essas situações ,é necessário que o pedagogo procure adotar  em sala de aula , as seguintes características:
linguagem clara
coerência em seu posicionamento( não adotando a famosa regra: faça o que eu digo , mas não faça o que eu faço)
domínio de classe ( ter autoridade é diferente de autoritário)
manter boas relações interpessoais com os alunos.
É importante enfatizar que ser pedagogo, na atuação na docência dos anos ensino fundamental, não é apenas ter uma profissão, ou apenas um modo de ganhar o pão, é uma responsabilidade que lhe é/foi entregue pelos responsáveis( Estado,família,comunidade), assim deve mantê-la diariamente em foco, assumindo-a verdadeiramente

O Gestor na Educão Infantil

Diante da responsabilidade que se apresenta à escola de Educação Infantil, e com o histórico de ter começado com uma tendência assistencialista, as ações na Educação Infantil , nos tempo atuais, são confundidas por pais e também  por professores. Acreditamos que uma das questões básicas seja agregar o cuidar ao processo educativo. O educar e o cuidar não podem ser dissociados.O que deve acontecer é a mudança na maneira como são percebidos tais processos. Educação é um processo maior que envolve, entre outras ações, o cuidado aos educandos com o objetivo de construção da autonomia e identidade da criança pequena, no caso da educação infantil.
O processo educativo sistematizado agrega o espaço de lazer e o cuidado pelas crianças. Um determinado número de regras, normas, comportamentos e informações, conjuntas ,irão fundamentar a vivência que estas crianças terão ao longo de suas histórias no ambiente escolar, construindo uma visão de mundo e de si também.
Esse aprendizado deve ser  sistematizado e trabalhando no ritmo da criança.Assim ela conseguirá desfrutar da alegria  da descoberta, do  encanto pelo aprender.Para conseguir isso, o Gestor da Educação Infantil
não pode adotar em sua unidade escolar regras fechadas, absolutas.Para obter sucesso na ação pedagógica é preciso disciplina, planejamento,intencionalidade.Um pedagogo pode (e consegue) ser organizado, competente, inovador,sem ser autoritário.
Criar um ambiente que seja adequado,acolhedor e estimulante deve ser o primeiro passo a ser tomado.Criatividade é uma expressão que não pode faltar.Algumas escolas ,por exemplo ,dispõem seu trabalho saudável e diversificado aos seus alunos.Um ambiente bem planejado e atraente colabora para a execução metodológica dos professores e para o desenvolvimento relações de ordem social, estimulando os aspectos cognitivo,afetivo,psicomotor e social.Assim as atividades não caem  em rotinas cansativas,para professores e crianças.exemplo
HORÁRIO      2º FEIRA          3º FEIRA      4º FEIRA            5º FEIRA             6º FEIRA
8h-8h30            Acolhimento      Acolhimento     Acolhimento        Acolhimento          Acolhimento
8h30-9h            Café                  Café                   Café                 Café                     Café
9h-9h30            Leitura              Brinquedos       Movimento          Música                    Jogos  
9h30-10h          Pátio                 Música             Leitura                 Brinquedos             Movimento
10h-10h30        Jogos                Jogos               Parque                 Movimento            Música
10h30-11h        Banho              Banho                Banho                 Banho                     Banho  
11h-11h30         Almoço           Almoço            Almoço                Almoço                   Almoço
11h30-13h        Repouso          Repouso           Repouso               Repouso                Repouso
13h-13h30        Despertar         Despertar          Despertar           Despertar               Despertar
13h30-14h        Lanche             Lanche             Lanche                  Lanche                 Lanche                                                 
14h30-15h       Brinquedos        Movimento        Música                Patio                     Leitura
15h-15h30       Banho                Banho                Banho                 Banho                    Banho
15h30-16h      Janta                   Janta                  Janta                   Janta                      Janta
16h-16h30      Música               Brinquedos        Leitura                Jogos                     Parque
16h30-17        Despedida         Despedida         Despedida          Despedida              Despedida

Um bom planejamento é imprescindível! Quando  temos um currículo construído por salas ambientes não significa que as atividades sejam rotineiras, ao contrário, pois serão realizadas em dias alternados, de forma causará expectativa até mesmo nas próprias crianças.
A ação pedagógica, dessa vez não  acontecem em um único lugar. E é justamente na organização desse espaço que o pedagogo mostra uma de suas competências: a Gestão.
Para  gerir uma instituição de Educação Infantil, o pedagogo  deverá ter conhecimento de que  a educação, principalmente no que diz respeito ao  conhecimento das leis e  possibilidades pedagógicas que estruturam e norteiam a Educação Infantil.
Além de gerir os assuntos educacionais, é  importante que o pedagogo  na Gestão de Educação Infantil tenha atuação integrada,procurando promover o desenvolvimento da escola como  um todo. Não é importante apenas que ele resolva os problemas imediatos, de acordo com o surgimento dos mesmo, é preciso que ele organize e estabeleça ações de maneira que o clima seja favorável ao trabalho de todos. Nesse sentido a direção da instituição tem um papel chave nesse processo quando auxilia a criação de um clima democrático e pluralista.Deve incentivar e acolher as participações de todos de modo a  possibilitar um projeto que contemple a explicitação das divergências e das expectativas de crianças, pais, docente,comunidade.( BRASIL,1998,p.67).
A escola ,mesmo que pertença à rede  privada de ensino, não possui um único dono.Escola é lugar de encontro,participação, debate,construção coletiva. Não é mais concebível a ideia centralizadora de gestão.Cada vez mais é defendida a proposta de uma educação democrática, ou seja, educação efetivada por todos.

O Pedagogo na Educação Infantil

A história da educação infantil nos mostra que ela  surgiu com características de assistência social, dando amparo á saúde e á  preservação da vida, sem relação com o caráter,efetivamente, educativo.Muitas pesquisas foram feitas e através desse nível de ensino ganhou fundamental importância no processo do desenvolvimento humano.A criança com idade  referente a esse período começou a ser  criativo, participante do processo de construção do seu próprio conhecimento.Através desse cenário que esta sendo construído os profissionais da educação infantil.

A  Educação Infantil


Para sabermos a atuação do pedagogo na Educação Infantil .precisamos compreender qual o período da vida  escolar da criança que pode ser  relacionada à etapa da educação básica .E para isso tomaremos como referência a lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional ( LDB- lei  9.394/96)

                         A educação infantil, primeira etapa da educação básica tem como  finalidade o desenvolvimento integral da criança até  seis anos de idade , em seus aspectos físico, psicológico, intelectual e social,complementando a ação da família e da comunidade.
A educação infantil será oferecida em : creches,ou entidades equivalentes,para crianças de quatro a seis anos de idade( Brasil,1996,art.29-30).
A lei 11.114, de 16 maio de 2005, alterou os artigos 6º, 32 e 87, além de vetar o artigo 30, todos eles da LDB/96, com o objetivo de tomar obrigatório o início do Ensino Fundamental aos seis anos de idade. Em resumo , o quadro da Educação Infantil no Brasil ficou conforme quadro a seguir.

EDUCAÇÃO INFANTIL             ATÉ 5 ANOS DE IDADE
Creche                                               até 3 anos de idade
Pré- Escola                                        4 e 5  anos de idade

O Professor na Educação Infantil
O professor da Educação Infantil no Brasil,em sua maioria, possui formação adequada para o trabalho com crianças pequenas.Ele assume um caráter imprescindível na formação da criança como pequena cidadã. Um fator que não podemos deixar de lado é que toda e qualquer relação humana estabelecida é considerada educativa.Os contatos que a criança tenha com a pessoa  adulta podem ocasionar consequências marcantes em sua vida futura, fato esse que provoca a necessidade de que o profissional que  vá trabalhar com Educação Infantil tenha um preparo adequado.O mundo infantil é surpreendente e a criança o proclama de diversas maneiras, com isso recaem aos professores participação e educação no ambiente escolar caminhando junto,aprendendo e ensinando com os pequenos.
O ato pedagógico na Educação Infantil não é  reduzido ao uso de metodologias sistematizadas, que são características do ensino formal. Nesse período, devem-se proporcionar situações que são necessárias ao desenvolvimento das crianças: higiene,bem-estar, direito a expressar-se,segurança,brincadeiras,construção do conhecimento.
                                         tiram quase nada de formas criativas,amorosas,inovadoras,estimulantes,que                                          
                                         mobilizam a curiosidade das crianças

sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

Gestão escolar democrática

Com a lei de Diretrizes da Educação Nacional (LDB/96), as instituições educacionais garantiram o direito de exercer uma gestão mais democrática.
Conceito de Gestão
O termo administração perdeu,o seus status,cedendo espaço  para o uso da palavra gestão.
Dias (2002), sobre os pontos que distinguem a gestão da administração.afirma que:
[...] a administração não existe por si só e si só. Precisa de  outras funções corporativas para  existir e do objetivo para agir.
Como os estudos de sua participação nos cargos bem relatam,a administração evolui de uma  intensidade mínima até uma máxima, mas nunca é única.[...].Já a gestão, também, não é cargo ,ou melhor, seria o imperativo do cargo. Seria administração, comercial, contabilidade,finanças,segurança e técnicas, cada qual em sua medida e em seu lugar, sempre observando as necessidades da situação onde está inserida.[...]. Seria correto gestão da produção e administração em algo. Isto não desmerece a administração, ao  contrário, seria impossível conceber a gestão sem ela.[...]. Administração é planejar, organizar,dirigir,e controlar pessoas para atingir de forma eficiente e eficaz os objetivos de uma organização.
Gestão é lançar mão de todas as funções e conhecimentos necessários para através de pessoas atingir os objetivos de uma organização de forma eficiente e eficaz.
Vamos conferir o que Bordignon e Gracindo (2001,p.151-152) nos diz a respeito.Eles afirmam que:
[...] o poder não se  situa em níveis hierárquicos, mas nas diferenças esferas de responsabilidades, garantindo relações inter-pessoais entre sujeitos iguais e aos mesmo tempo diferentes.Essa diferença dos sujeitos, no entanto, não significa que uma seja mas que o outro, ou pior ou melhor, mais ou menos importante, nem conhece espaços para a dominação e a subserviência, pois estas são atitudes que  realizam na particularidade, mas  na intersubjetividade da comunicação entre os atores sociais.
Nesse sentido, o poder decisório necessita ser desenvolvido com base em colegiados consultivos e deliberativos.
Já que um gestor não dirige a escola sozinho, vamos exemplificar  citando a gestão de  Paulo Freire frente á Secretaria de Educação de São Paulo.
Paulo Freire  era um gestor que n ão  tinha  uma metodologia para ser imposta. Freire sabia que sua  estadia na Secretaria era passageira e que as  continuariam existindo após a sua gestão.Portanto mantinha a estratégia de que as  escolas, de uma maneira geral, guiavam a escolha de suas decisões,pois aquilo que fosse feito pela vontade delas,seria mais duradouro do que imposto por gestão.

Gestor Escolar
É um líder dentro da escola, pois rege uma equipe Mais que um gestor , ele precisa ser um  educador, pois gerencia não apenas assuntos burocráticos, mas também os aspectos humanos da escola.
A prática e a postura  de um gestor são tão importantes quanto a atuação do professor em sala de aula.Sua principal função é fazer com que o processo de ensino-aprendizagem aconteça. Mas para garantir tal processo, ele deve estar atento aos fatores que poderão influenciar negativamente nesse processo (indisciplina,conflitos,etc...).
Resumidamente, o gestor deve coordenar,organizar e gerenciar todas as atividades da escola,fazendo isso em coletividade com os demais componentes do administrativo( secretaria escolar,serviços auxiliares,setor pedagógico,conselho escolar),assim como também conjuntamente com o corpo  docente e discente.

Escola Principal local de atuação do pedagogo

A escola passa por inúmeras mudanças da reflexão e geralmente nos da uma amostra da sociedade em que esta inserida.sa A educação é sinônimo de transformação! Sendo assim o pedagogo tem por dever ético trabalhar sempre a favor das mudanças no contexto escolar.Muitas pessoas tem medo de mudança, Chico Buarque diz  que nosso maior medo deveria acontecer quando as coisas não mudassem.
A responsabilidade da escola volta-se á educação formal das pessoas,ou seja, ao processo de ensino responsável pela  sistematização dos conhecimentos historicamente construídos pela  humanidade.
De acordo com Libâneo (1994), a ação pedagógica em nossas escolas caminhou nos últimos anos entre proposta liberais progressistas, é importante para que possamos reconhecer a estrutura  atual escola e é importante ressaltar.

Escola Reprodutora
A prática desenvolvida pela escola possui trajetórias  histórica que esta ligada de forma bem próximo ás tendências pedagógicas  liberais,que encaram a escola como responsável pela preparação das pessoas para o desempenho de papéis sociais, de acordo com as suas capacidades individuais. Libâneo expõe que:
o termo liberal não tem o sentido de "avançado", democrático","aberto" como costuma ser usado . A doutrina liberal  apareceu como justificação do sintema capitalista que, ao defender a predominância da liberdade e dos interesses individuais na sociedade, estabeleceu uma forma de organização social baseada na propriedade privada dos meios de produção,também denominada sociedade de classes. A pedagogia liberal, portanto ,é uma manifestação própria desse tipo de sociedade.( Libâneo,2002,p.21)
Basicamente são três concepções que compõem a pedagogia  Liberal no Brasil:
.concepção tradicional : o processo volta  a figura do professor;
.concepção escolanovista: a atenção do aluno que busca por si mesmo conhecimento e experiência
.concepção tecnicista: destaca ao planejamento,enfatizando os meios e as técnicas para o alcance dos objetivos.
A escola que segue  os padrões do sistema capitalista trabalha no sentido de reproduzir os interesses da classe social que  detém o poder e se empenha  pela manutenção do status quo. A prática pedagógica dessa escola está preocupada em reproduzir os valores da classe dominante, realizando um trabalho de alienação junto a seus alunos, fazendo- os não se enxergarem enquanto sujeitos do processo social.
A escola reprodutora desvincula a ação pedagógica da realidade político-social. Sua prática acontece por meio de  transmissão de conhecimentos, simbolizando uma via de mão única no processo de ensino-aprendizagem. Essa escola não está preocupada em refletir,contextualizar,entender o mundo presente e passado, nem mesmo está interessada em projetar o futuro.É uma escola que não está preocupada com a  conscientização daqueles que frequentam seu espaço.
Escola transformadora  
                 Não é sempre que a prática pedagógica da escola se volta apenas á reprodução da ideologia dominante.Se há escola  reprodutora também há e a escola transformadora.
A educação é  uma via de mão dupla. Todos que estão na escola devem participar efetivamente do processo educativo que acontece ali.Tendo o objetivo de construir uma consciência crítica junto aos seus alunos,a escola transformadora não planeja seu trabalho apenas no campo individual. Cada um dos seus sujeitos presentes ali deve  expor sua  visão de  mundo e de vida: aquilo que pensam, os sentimentos,as dúvidas, as perspectivas, etc. A escola  é " o sujeito que se abre ao mundo e aos outros  inaugura com seu gesto a relação dialógica em que se confirma como inquietação e curiosidade, como inconclusão em permanente movimento de  História"( Freire,1998.p.145)
A escola transformadora está inserida nas tendências  pedagógicas progressistas, que têm como objetivo central a formação dos alunos para o exercício da cidadania, partindo de uma análise crítica da realidade social. Libâneo  acrescenta que:
[...] poder-se-ia falar de um ensino centralizado na realidade social, em que professor e aluno analisam problemas e realidades do meio sócio-econômico e cultural,da comunidade local, com  seus recursos e necessidades, tendo em vista  a ação coletiva frente a esses problemas e realidades. O trabalho escolar não assenta, prioritariamente, nos conteúdos de ensino já sistematizados, mas no processo de participação ativa nas discussões e nas ações práticas sobre questões da realidade social imediata. ( Libâneo, 1994.p.69).
As tendências pedagógicas progressistas também são conhecidas como teorias críticas da educação .As concepções Libertadora, Libertária e crítico- Social dos conteúdos são exemplos dessa linha de pensamentos presente no âmbito escolar nacional.
Acreditamos que  a escola deve se comprometer com a transformação social necessária, formando o cidadãos críticos e  autônomos, para  que possamos viver em um mundo mais justo,igualitário e ,por que não feliz.Diz Paulo Freire:
"Escola é....
o lugar onde se faz amigos
não se trata só de prédios,salas,quadros,
programa,horários,conceitos....
Escola é sobretudo,gente,
gente que trabalha,que estuda,
que se alegra,se conhece,se estima.
         O diretor é gente,
O coordenador é gente, o professor é gente
o aluno é gente,
cada funcionário é gente.
E a escola será cada vez melhor
na medida em que cada um 
se comporte como colega,amigo,irmão.
Nada de  ilha cercada de gente por todos os lados
Nada de conviver com as pessoas e depois descobrir 
que não tem amizade a ninguém.
nada de ser como o tijolo que forma a parede,
          indiferente,frio,só.
Importante na escola não é só estudar, não é só trabalhar,
é também criar laços de amizades
é criar ambiente de camaradagem,
é conviver, é  se  amarrar nela!
Ora, é logico.......
numa escola assim vai ser fácil
estudar ,trabalhar,crescer,
fazer amigos,educar-se 
ser feliz."
                                                                                                             

quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

Formação do professor

Chegar até a Educação Superior pode não parecer um  caminho tão penoso, mas saber aproveitar esse momento de nossa formação pessoal e profissional não é tarefa  tão simples.Acredito que a formação de um profissional competente perpassa por seu posicionamento diante  do mundo vivido, além da própria concepção de ser humano, sociedade,educação e escola.
O significado da  docência
Para ser docente é preciso gostar de gente.É o professor.E esse professor tem que ter consciência da sua importância no contexto sócio-educacional de uma determinada comunidade.O ofício docente esta relacionado com a vida de  inúmeras pessoas.Nóvoa nos ensina que: ser professor implica um corpo-a-corpo permanente com a vida dos outros e com a própria vida. Implica um esforço diário de reflexões e partilha.Implica acreditar na educabilidade de todas as crianças e construir os meios pedagógicos para  concretizá-la (NÓVOA,1995,p.17).
Ser professor atualmente envolve qualidades que ultrapassam as questões formais do exercício do magistério, enquanto agente social presente na escola, instituição responsável pela educação formal das pessoas, deve contribuir  na formação do aluno, priorizando sua aprendizagem e o exercício da cidadania.
O que esperar do futuro  professor?
Se perguntar pro que professor, responderíamos talvez: é a minha vocação, eu levo jeito.Ou então,não havia outra opção, no mercado de trabalho sempre precisa de professor.No imaginativo popular, até mesmo pelo contexto histórico em que a educação escolar brasileira se encontra, verificamos, duas percepções quanto  á presença do professor em nosso meio :é aquela pessoa que não encontrou caminho a seguir ou é aquele profissional que é apaixonado pelo seu trabalho.Carbonell (2001,p.110) pensa que os profissionais da educação devem lembrar-se continuamente de sua vocação,paixão,compromisso. A vocação é um compromisso com a paixão pelas diversas dimensões do conhecimento,psicológicas,epistemológicas,sociais,éticas e políticas-e  pela curiosidade permanente quanto a tudo que acontece na sala de aula, na escola e na comunidade; no município,no estado, no país,e no mundo;  " porque a vocação é uma decisão individual que se projeta no coletivo"(grifo nosso).
Vejamos três competências fundamentais ao futuro professor:
1- Técnica, saber trabalhar com conhecimentos.
2- Dimensão políticas, sabedor dos seus direitos e deveres e saber se relacionar com as pessoas.
3-Dimensão Ética,mediador entre técnicas e políticas e atuação docente.

A educação e o pedagogo

Começamos a pensar a educação,a pedagogia.Qual foi o motivo da minha escolha pelo curso de  Pedagogia?Foi o simples ato de gostar de ler,falar,construir,refletir sobre educação.E esses processos educacionais,presente nas dinâmicas sociais de uma nação, envolvem diferentes ações:ensinar,formar,desenvolver,transformar,adaptar,construir,preparar,adestrar,sistematizar,exercitar,instruir etc.Essas ações, e muitas outras, contextualizadas,fundamentadas,problematizadas e inseridas em uma determinada compreensão teórica,do que é educação e do papel do pedagogo diante desse mundo.
Processos de educação informais, não-formais,formais,intencionais ou não intencionais,envolvem diferentes sujeitos sociais,diferentes pessoas,diferentes profissionais.O pedagogo é um desses atores.

Educação e Pedagogia: um caminhar conjunto
É comum utilizarmos os termos educação e pedagogia como sinônimos. De fato, ambos possuem  semelhanças, referem-se a processos parecidos,confundem-se em seus preceitos.Mas há diferenças epistemológicas que precisam ser anotadas no início de nossa jornada acadêmica.
Pedagogia significa condução de crianças,condução ao saber. O termo tem origem histórica na Grécia Antiga e referia-se á atividade delegada ao escrevo que conduzia as crianças aos mestres para que eles as instruíssem.Assim o escravo pedagogo não só continuou a agir como condutor de crianças, mas também assumiu as funções de preceptor(GHIRALDELLIR JR,1994,p.8)
Pedagogia,portanto, diz respeito ao processo de educação.Processo no sentido de caminho, de trajetória ao conhecimento,ao saber.A Pedagogia estuda os conteúdos, os objetivos, a metodologia,os sujeitos envolvidos,as condições estruturais, a  organização,enfim, tudo aquilo que diz respeito ás práticas educacionais.
Educação, por sua vez, é o desenvolvimento, a aplicação das teorias com o objetivo de formar o ser humano em suas diversas dimensões: física, moral,intelectual, espiritual, etc. "A educação, ao mesmo  tempo que produz pedagogia,é também direcionada e efetivada a partir das diretrizes da pedagogia"(GHIRALDELLIR JR,1994,p.9).
Dois autores brasileiros na área educacional defini pedagogia.
Libâneo definiu pedagogia como " teoria e prática da educação"(1998,p.89) e apontou a prática educativa como o "objetivo peculiar de estudo da ciência pedagógica, que da unidade aos aportes das demais ciências da educação"(1998,p.89).
Pimenta define a Pedagogia como ciência da educação que tem a prática- a qual se constitui em seu objetivo de estudo-como ponto de partida e de chegada.Compete a ela, diz a autora,"articular os diferentes aportes/ discursos das ciências da educação,[...] significá-los no confronto com a pratica da educação e frente aos problemas colocados pela prática social da educação e frente aos problemas colocados pela prática social da educação"(1997,p.70).